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capitalista da economia — por exemplo, a transição da indústria em domicílio para o<br />
sistema fabril — apelando para convicções patriarcais. Cumpre justamente distinguir<br />
com toda a nitidez entre o que uma corrente religiosa almejava como ideal e o impacto<br />
efetivamente exercido sobre a conduta de vida de seus adeptos, como ainda haveremos de<br />
constatar várias vezes. [(Sobre a específica disposição para o trabalho da mão de obra<br />
pietista, há alguns exemplos que encontrei numa fábrica na Vestfália em meu ensaio<br />
“Zur Psychophysik der gewerblichen Arbeit”, Archiv für Sozialwissenschaft, vol. XXVIII, p.<br />
263ss.)]<br />
2. O “ESPÍRITO” DO CAPITALISMO<br />
24. A passagem final foi extraída de Necessary Hints to Those that Would Be Rich (escrito<br />
em 1736); o restante, de Advice to a Young Tradesman (1748), Works, ed. Sparks, vol. II, p.<br />
87.<br />
25. Der Amerikamüde (Frankfurt, 1855), famosa paródia poética das impressões<br />
americanas de Lenau. O livro hoje dificilmente seria apreciável como obra de arte, mas<br />
permanece simplesmente insuperável como documento dos contrastes (hoje há muito<br />
empalidecidos) entre a sensibilidade alemã e a americana, um documento, pode-se<br />
dizer, da vida interior que apesar de tudo, desde a mística alemã da Idade Média, tem<br />
sido um traço comum a católicos e protestantes alemães em oposição à capacidade de<br />
ação puritano-capitalista. [A tradução algo livre que Kürnberger fez do tratado de<br />
Franklin foi aqui revista segundo o original.] {N. E. : A presente tradução brasileira levou<br />
em conta os originais em inglês.}<br />
26. Sombart estampa essa frase como epígrafe do capítulo sobre a “Gênese do<br />
capitalismo” (Der moderne Kapitalismus, 1 a ed., p. 193; ver ainda p. 390).<br />
27. [Isso obviamente não significa nem que Jakob Fugger tenha sido um homem<br />
eticamente indiferente ou sem religião, nem muito menos que toda a ética de Benjamin<br />
Franklin se esgote nessas sentenças. Não é preciso recorrer às citações de Brentano (Die<br />
Anfänge des modernen Kapitalismus, Munique, 1916, pp. 150ss.) para defender o célebre<br />
filantropo do desconhecimento que este parece imputar-me. O problema é exatamente o<br />
contrário: como pôde um filantropo desse naipe sustentar precisamente tais sentenças<br />
no estilo de um moralista (sentenças aliás cuja formulação particularmente característica<br />
Brentano deixou de reproduzir)?]<br />
28. Aqui se parte de uma colocação do problema diversa da de Sombart. A<br />
considerável significação prática dessa diferença aparecerá em seguida. Note-se desde<br />
logo que Sombart não deixou passar em branco esse aspecto ético do empresário<br />
capitalista. Só que no conjunto de sua concepção, este aparece como efeito do<br />
capitalismo, enquanto, para nós, com os nossos atuais objetivos, a hipótese inversa é que<br />
precisa ser considerada. Uma posição definitiva só pode ser tomada ao término da<br />
pesquisa. A respeito da concepção de Sombart, ver op. cit., pp. 357, 380 etc. As linhas de<br />
seu pensamento ligam-se nesse particular às imagens brilhantes da Philosophie des Geldes