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2. ASCESE E CAPITALISMO<br />
195. Ver a bela caracterização feita por Dowden, op. cit. — Sobre a teologia de Baxter<br />
posterior ao seu gradual afastamento da fé estrita no “duplo decreto”, serve como<br />
orientação discreta a Introdução (de Jenkyn) a seus diversos trabalhos impressos nos<br />
Works of the Puritan Divines. — Sua tentativa de combinar universal redemption e personal<br />
election não satisfez a ninguém. O essencial para nós é simplesmente que, mesmo então<br />
e precisamente então, ele perseverou na “personal election”, ou seja, no ponto eticamente<br />
decisivo da doutrina da predestinação. Importante, por outro lado, é o fato de ele ter<br />
mitigado a concepção forense de justificação, o que em certo sentido o aproxima dos<br />
anabatistas.<br />
196. Tratados e sermões de Th. Adams, John Howe, Matthew Henry, J. Janeway, St.<br />
Charnock, Baxter e Bunyan estão compilados nos dez volumes dos Works of the Puritan<br />
Divines (Londres, 1845-48), numa seleção muitas vezes um tanto arbitrária. As<br />
referências às edições dos trabalhos de Bailey, Sedgwick e Hoornbeck já foram dadas<br />
quando citadas pela primeira vez.<br />
197. [Do mesmo modo poderiam ter sido mencionados Voët e outros representantes<br />
continentais da ascese intramundana. A opinião de Brentano de que esse<br />
desenvolvimento foi “somente anglo-saxão” é totalmente equivocada.] A seleção feita<br />
repousa no desejo de dar a palavra, não exclusivamente mas o mais possível, ao<br />
movimento ascético da segunda metade do século XVII, imediatamente antes de sua<br />
transformação em utilitarismo. Infelizmente, no espaço deste esboço tivemos de abrir<br />
mão da sedutora tarefa que teria sido descrever o estilo de vida do protestantismo<br />
ascético a partir também da literatura biográfica, nomeadamente a quaker, relativamente<br />
desconhecida de nós.<br />
198. [Pode-se igualmente consultar os escritos de Gisbert Voët ou as atas dos sínodos<br />
huguenotes ou da literatura dos batistas holandeses. De forma extremamente infeliz<br />
Sombart e Brentano pinçaram justamente os elementos que eu próprio realcei como<br />
expressamente “ebioníticos” em Baxter, para me objetar com o incontestável “retrocesso”<br />
(capitalista) de sua doutrina. Mas é preciso: 1) conhecer realmente a fundo toda essa<br />
literatura para utilizá-la com acerto; 2) não ignorar que eu buscava provar justamente<br />
isto: que apesar da doutrina “antimamonista”, o espírito dessa religiosidade ascética, do<br />
mesmo modo que nas economias dos mosteiros, deu origem ao racionalismo<br />
econômico, uma vez que premiava o aspecto decisivo — os estímulos racionais<br />
asceticamente condicionados. É só isso que importa, e outro não é o eixo da presente<br />
exposição.]<br />
199. [O mesmo em Calvino, que não era nenhum amante da riqueza burguesa (ver<br />
seus veementes ataques a Veneza e a Antuérpia, Comm. in Jes. Opp., III, 140a, 308a).]<br />
200. Saints’ Everlasting Rest, caps. X e XII. Ver também [Bailey, Praxis pietatis, p. 182, ou<br />
ainda] Matthew Henry, (“The Worth of the Soul”, inWorks of Pur. Div., p. 319: “Those that<br />
are eager in pursuit of worldly wealth despise their soul, not only because the soul is neglected<br />
and the body preferred before it, but because it is employed in these pursuits: Psalm 127, 2”