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homem enquanto espécie, mas não a cada indivíduo em particular. A gradação na<br />
apreciação do trabalho, das opera servilia dos camponeses para cima, era algo que se<br />
prendia ao caráter específico das ordens mendicantes, amarradas por razões materiais à<br />
cidade como domicílio, e não tinha tanto interesse nem para os místicos alemães nem<br />
para esse filho de camponês que era Lutero, os quais enfatizavam como querida por<br />
Deus a ordenação estamental, com igual apreço por todas as profissões. — Ver as<br />
passagens decisivas de Tomás de Aquino em Maurenbrecher, Thomas von Aquinos<br />
Stellung zum Wirtschaftsleben seiner Zeit (Leipzig, 1898, pp. 65ss.).<br />
61. [Tanto mais espantoso é o fato de certos pesquisadores acreditarem que uma<br />
inovação de tal monta pudesse passar sem deixar rastro nas ações dos homens. Confesso<br />
que não entendo isso.]<br />
62. [“A vaidade se enraíza tão fundo no coração humano que um lacaio, um ajudante<br />
de cozinha, um carregador de bagagem se vangloriam e querem ter seus admiradores...”<br />
(ed. Faugères, I, p. 208; ver Köster, op. cit., pp. 17 e 136ss.). Sobre a posição de princípio<br />
adotada por Port-Royal e o jansenismo no tocante à “profissão”, a que adiante ainda<br />
voltaremos brevemente, ver por ora o excelente escrito do dr. Paul Honigsheim, Die<br />
Staats-und Soziallehren der französischen Jansenisten im 17. Jahrhundert (tese de doutorado<br />
em História pela Universidade de Heidelberg, 1914, impressão em separata de uma obra<br />
mais abrangente sobre a Vorgeschichte der französischen Aufklärung, ver sobretudo as pp.<br />
138ss. da separata).]<br />
63. Em relação aos Fugger, diz ele, “não me parece justo nem do agrado de Deus que<br />
na vida de um ser humano se acumule riqueza tão grande e tão régia”. Isso, no fundo, é<br />
desconfiança de camponês contra o capital. Do mesmo modo (ver Grosser Sermon vom<br />
Wucher, ed. Erlangen, 20, p. 109), a compra de rendas lhe parece moralmente suspeita<br />
por se tratar de uma “coisa nova, recém-inventada” — ou seja, por lhe parecer opaca em<br />
termos econômicos, tal como aos eclesiásticos modernos, digamos, o comércio a prazo.<br />
64. [Esse antagonismo foi desenvolvido a contento por H. Levy (Die Grundlagen des<br />
ökonomischen Liberalismus in der Geschichte der englischen Volkswirtschaft, Iena, 1912).<br />
Veja-se por exemplo a petição apresentada em 1653 pelos levellers alistados no exército de<br />
Cromwell contra os monopólios e as companhias (Gardiner, Commonwealth, II, p. 179).<br />
Por outro lado, o regime de Laud aspirava a uma organização econômica “social-cristã”<br />
sob a direção do rei e da Igreja — da qual o rei esperava tirar vantagens políticas e fiscalmonopolísticas.<br />
Foi contra isso que se voltou a luta dos puritanos.]<br />
65. O que se entende por isso pode ser esclarecido com base no exemplo do manifesto<br />
aos irlandeses com que Cromwell, em janeiro de 1650, deu início à sua guerra de<br />
extermínio contra eles e que constituía sua réplica ao manifesto do clero (católico)<br />
irlandês de Clonmacnoise, de 4 e 13 de dezembro de 1649. Eis como soa o cerne do<br />
manifesto: “Englishmen had good inheritances (sobretudo na Irlanda) which many of them<br />
purchased with their money (...) they had good leases from Irishmen for long time to come,<br />
great stocks thereupon, houses and plantations erected at their cost and charge. (...) You<br />
broke the union (...) at a time when Ireland was in perfect peace and when through the<br />
exemple of English industry, through commerce and traffic, that which was in the nation’s