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*independentes. Para <strong>Weber</strong>, portanto, o puritanismo é cria (nem sempre direta) do<br />
calvinismo.<br />
quakers Membros de uma seita protestante chamada Sociedade dos Amigos, uma das<br />
mais radicais e características do protestantismo ascético e que se desenvolveu a partir<br />
de meados do século XVII, primeiro na Inglaterra, depois na Escócia e finalmente nos<br />
Estados Unidos. Características: caráter facultativo das reuniões de culto, que além do<br />
mais não têm local fixo para sua realização; supressão dos sacramentos; ausência de<br />
dogmas eclesiásticos, já que a “luz interior” do Espírito Santo vale mais que a doutrina<br />
da Igreja e a letra da Bíblia. A luz interior imediata (sem a mediação do pregador ou do<br />
teólogo e sem a mediação da própria Bíblia) é uma doutrina *anabatista em sua<br />
origem. A ênfase da religiosidade quaker recai na devoção prática, e aí, num padrão de<br />
vida diligente e simples, imbricam-se: tolerância religiosa, não conformismo político,<br />
não violência, pacifismo (com explícita rejeição do serviço militar), antiescravismo e<br />
oposição à pena de morte. Os quakers são famosos pela discrição no vestir e<br />
frugalidade no comer, pela importância que dão ao silêncio na vida, pela renúncia às<br />
“vãs recreações”, pela honestidade nos negócios associada à mais estrita veracidade no<br />
trato com as pessoas (o que os leva a condenar a prática do juramento) e, finalmente,<br />
pela singeleza estética dos lugares de culto em perpétua rotatividade. Em poucas<br />
palavras, pela simplicidade e sobriedade extremas de uma conduta de vida que<br />
acabou se transformando num “estilo de vida” proverbial. O movimento da Sociedade<br />
dos Amigos foi fundado na Inglaterra pelo sapateiro e pregador ambulante George<br />
*Fox (1624-1691). Foi grande o número de quakers que a partir de 1654 emigraram<br />
para os Estados Unidos e lá, sob o comando do inglês William *Penn (1644-1718), seu<br />
ativismo libertário e pacifista conquistou grande ascendência moral, o que continuou<br />
a atrair milhares e milhares de quakers europeus que, em busca de maior liberdade<br />
religiosa, emigravam para a colônia instalada por Penn às margens do Rio Delaware<br />
sob a égide da liberdade de religião e que, em homenagem a ele, ficou sendo chamada<br />
de Penn-sylvania.<br />
quietismo Do francês quiétisme (1688), doutrina mística inspirada no místico espanhol<br />
Molinos, difundida na França a partir do século XVII, segundo a qual a perfeição<br />
cristã está na *unio mystica, e esta só se alcança na quietude total, isto é, no “puro<br />
amor contemplativo”, na ausência de toda e qualquer atividade própria da alma.<br />
Numa palavra: passivamente.<br />
quiliasmo Do grego khiliás, “período de mil anos”; quiliástico, portanto, quer dizer<br />
milenarista.<br />
reformado, reformada Sinônimo de calvinista. Ver *Igreja reformada.<br />
seita É uma associação voluntária de indivíduos religiosamente qualificados. Círculo<br />
restrito e religiosamente elitista, a seita é uma espécie de aristocracia religiosa, que faz<br />
da comprovação explícita de determinadas qualidades morais uma condição distintiva<br />
de admissão e participação. À palavra seita se atribui dupla origem etimológica: os<br />
verbos latinos sequi, “seguir, ir atrás de, obedecer”, e secare, “cortar, separar cortando,<br />
dividir”. Mediante processo seletivo altamente excludente, a seita separa, desencaixa os