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seguinte passagem: “Question: But may I not cast off the world that I may only think of my<br />
salvation? — Answer: You may cast off all such excess of wordly cares or business as<br />
unnecessarily hinder you in spiritual things. But you may not cast off all bodily employment<br />
and mental labour in which you may serve the common good. Every one as a member of<br />
Church or Commonwealth must employ their parts to the utmost for the good of the Church<br />
and the Commonwealth. To neglect this and say: I will pray and meditate, is as if your servant<br />
should refuse your greatest work and tye himself to some lesser easier part. And God hath<br />
commandeth you some way or other to labour for your daily bread and not to live as<br />
drones of the sweat of others only” {“Pergunta: Mas não posso desprezar o mundo a fim<br />
de pensar apenas na minha salvação? — Resposta: Podes desprezar todo o excesso de<br />
preocupações e assuntos mundanos que te atrapalham desnecessariamente nas<br />
questões espirituais. O que não podes é desprezar toda atividade física e todo labor<br />
mental mediante os quais podes servir ao bem comum. Todo membro da Igreja ou da<br />
nação deve se esforçar ao máximo para o bem da Igreja e da nação. Negligenciar esse<br />
dever, dizendo ‘Vou orar e meditar’, seria o mesmo que teu criado recusar fazer o<br />
trabalho maior em prol de alguma tarefa menor e mais fácil. E Deus te ordenou que, de<br />
uma forma ou de outra, trabalhes para obter o pão nosso de cada dia, e não que, feito<br />
um zangão, vivas apenas do suor dos outros”.}. — São citados em apoio o mandamento<br />
de Deus a Adão: “com o suor do teu rosto” {Gn 3, 19} e a ordem de Paulo: “Quem não<br />
trabalha, não coma” {2Tes 3, 10}. [Dos quakers sempre se soube que mesmo seus<br />
círculos mais abastados exortavam os filhos ao aprendizado de uma profissão (por<br />
razões éticas, e não utilitárias — como fazia Alberti).]<br />
210. Aqui há pontos de que diverge o pietismo por conta de seu caráter sentimental.<br />
Para Spener (Theol. Bedenken, III, p. 445), embora sublinhe em sentido plenamente<br />
luterano que o trabalho profissional é serviço prestado a Deus, é certo — e isso também é<br />
luterano — que a agitação dos negócios afasta de Deus, uma antítese extremamente<br />
característica em relação ao puritanismo.<br />
211. Op. cit., p. 242: “It’s they that are lazy in their callings that can find no time for holy<br />
duties” {“São os preguiçosos em sua profissão que não acham tempo para os santos<br />
deveres”.}. Daí a opinião de que eram de preferência as cidades — sede da burguesia<br />
dedicada ao lucro racional — a sede das virtudes ascéticas. Assim Baxter (em sua<br />
autobiografia) diz dos seus tecelões em Kidderminster: “And their constant converse and<br />
traffic with London doth much to promote civility and piety among tradesmen” {“Muito<br />
fez para promover a civilidade e a devoção entre os comerciantes o seu constante<br />
conversar e traficar com Londres”} (excerto nos W. of the Pur. Div., p. XXXVIII). Que<br />
morar próximo da capital fosse salutar à virtude é algo que surpreenderia os eclesiásticos<br />
de hoje — pelo menos os alemães. Mas também o pietismo apresenta concepções<br />
análogas. Assim Spener escreveu certa vez de um jovem colega: “Ao menos se há de ver<br />
que em meio à multidão citadina, embora a grande maioria seja de má reputação,<br />
sempre se há de encontrar, em compensação, algumas boas almas a quem se poderá<br />
fazer o bem, ao passo que nos vilarejos mal se encontra algo de bom em toda uma<br />
comunidade” (Theol. Bed., I, 66, p. 303). — O camponês pouco se qualifica para a