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Brasil Final Report - Department of Physics - The Ohio State University

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história não neutra, objetiva valorizar os processos de construção do conhecimento científico e não<br />

apenas seus produtos.<br />

O convencimento pela força de uma argumentação solidamente construída, que procura<br />

mostrar o potencial da história da ciência/física para o ensino da física e que torna transparente à<br />

crítica a introdução desta história em sala de aula, enriquece o debate e propicia a mudança<br />

consciente, quando ela ocorre.<br />

Há, sem dúvida, muitas questões abertas à pesquisa no que se refere a mesclar, de uma<br />

forma mais sistemática, conteúdos específicos de uma disciplina de física com aspectos históricos<br />

do desenvolvimento destes conteúdos. (6)<br />

Por exemplo, de um lado se tem o físico, voltado para a objetividade do fenômeno; do outro<br />

o historiador da ciência, interessado na riqueza e detalhes dos fatos. Encontrar no ensino da física<br />

ou de qualquer outra ciência natural o meio termo ou o equilíbrio entre compromissos de pesquisa<br />

com especificidades tão distintas, nem sempre é fácil. Isto é, uma história da ciência ‘simplificada<br />

em demasia’ pode apresentar grandes lacunas e se mostrar de má qualidade; uma história da ciência<br />

explorada com muitos detalhes pode chatear e desinteressar o estudante.<br />

O fato concreto é que a história da física, seja como disciplina específica ou integrada a<br />

outras disciplinas do currículo, não pode mais ser relegada a um segundo plano (como ocorre em<br />

muitos cursos de Física, onde a disciplina de ‘Evolução da Física’ é optativa). Nas diretrizes<br />

traçadas para a elaboração da prova do Exame Nacional dos Cursos de Física (7) , entre os conteúdos<br />

específicos para a Licenciatura, consta o seguinte: “História e evolução das idéias da Física:<br />

cosmologia antiga; a física de Aristóteles; a física medieval; as origens da mecânica e o<br />

mecanicismo; evolução do conceito de calor e da termodinâmica no período pré-industrial; a teoria<br />

eletromagnética de Maxwell e o conceito de campo; os impasses da mecânica clássica; radioatividade<br />

e as origens da física contemporânea; as teorias da relatividade e da mecânica quântica.”<br />

Ao final da segunda reunião com Edna, Fernanda, Rodrigo e Yuri, pude perceber que as<br />

incertezas e a ansiedade inicial dos estudantes haviam cedido lugar a um sentimento geral de maior<br />

confiança quanto à realização, a contento, da tarefa. A discussão de vários outros pontos<br />

diretamente ligados ao assunto contribuiu decisivamente para isto. Entre eles, é claro, estavam boas<br />

razões para defender o uso didático da história da ciência/física no ensino de física. Assim, esta<br />

história pode (3) :<br />

♦ propiciar o aprendizado significativo de equações (que estabeleçam relações entre<br />

conceitos, ou que traduzam leis e princípios) que o utilitarismo do ensino tradicional acaba<br />

transformando em meras expressões matemáticas que servem à resolução de problemas;<br />

♦ ser bastante útil para lidar com a problemática das concepções alternativas;<br />

♦ incrementar a cultura geral do aluno, admitindo-se, neste caso, que há um valor intrínseco<br />

em se compreender certos episódios fundamentais que ocorreram na história do pensamento<br />

científico (como a revolução científica dos séculos XVI e XVII, por exemplo);<br />

♦ desmistificar o método científico, dando ao aluno os subsídios necessários para que ele<br />

tenha um melhor entendimento do trabalho do cientista;<br />

♦ mostrar como o pensamento científico se modifica com o tempo, evidenciando que as<br />

teorias científicas não são ‘definitivas e irrevogáveis’, mas objeto de constante revisão;

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