01.08.2013 Views

Brasil Final Report - Department of Physics - The Ohio State University

Brasil Final Report - Department of Physics - The Ohio State University

Brasil Final Report - Department of Physics - The Ohio State University

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

96<br />

O ENSINO DE FÍSICA NO BRASIL: OLHANDO FENÔMENOS DISTINTOS 15<br />

Anna Maria Pessoa de Carvalho<br />

Faculdade de Educação<br />

Universidade de São Paulo, <strong>Brasil</strong><br />

ampdcarv@usp.br<br />

O ensino de Física tem muitas facetas. Podemos olhar o seu desenvolvimento desde o curso<br />

fundamental, onde é ensinado com a denominação de “Ciências”, juntamente com os conteúdos de<br />

Biologia, Química e as vezes também Geologia e Astronomia, passando pelo curso médio, já como<br />

Física e com pr<strong>of</strong>essores preferencialmente formados em cursos superiores de Física, e chegando<br />

ao curso superior quer seja o de licenciatura (formação de pr<strong>of</strong>essores) quer seja o bacharelado<br />

(formação do físico) que em muitas universidades são cursos diferentes, em outras tem muitas<br />

disciplinas em comum e, em outras ainda, são dois cursos idênticos. Esse desenvolvimento, no<br />

<strong>Brasil</strong>, é extremamente caótico: um ciclo não prepara para o outro e por inúmeros motivos, cada<br />

pr<strong>of</strong>essor dá a sua disciplina de forma isolada, sem se preocupar com o que veio antes e sem se<br />

importar com o que vai ser ensinado depois.<br />

Podemos olhar a influência nesse ensino da nova legislação – a Lei de Diretrizes e Bases da<br />

Educação -, dos novos pareceres do Conselho Nacional de Educação, dos novos cursos de formação<br />

de pr<strong>of</strong>essores, dos novos parâmetros curriculares, dos novos projetos pedagógicos, dos<br />

novos........É tanta novidade que os pr<strong>of</strong>essores, de todos os níveis, estão bastante inseguros sobre o<br />

que ensinar e como ensinar.<br />

Podemos olhar as pesquisas que se faz sobre esse ensino. Vimos sua extensão e qualidade<br />

durante esse Congresso. E a pesquisa em ensino de física vai bem porque, quem sabe, seja a<br />

comunidade dos pesquisadores em ensino de física a mais estável e a melhor estruturada nesses<br />

tempos de mudanças. Seus objetivos pouco s<strong>of</strong>reram com as alterações na legislação, e ainda<br />

melhor, seu campo de ação foi ampliado pois os órgãos financiadores, como por ex. CNPq, CAPES,<br />

FAPESP, estando preocupados com os problemas educacionais abriram linhas especiais para as<br />

pesquisas e as intervenções de pesquisadores em ensino de ciências – e aqui se inclui o ensino de<br />

física - na realidade das escolas e na formação continuada de pr<strong>of</strong>essores. Também organizações<br />

não governamentais, por ex. a VITAE, com as mesmas preocupações sobre a má qualidade do<br />

ensino de ciências, nos diversos níveis, tem se aberto para os grupos de pesquisadores em ensino<br />

para que esses intervenham e modifique as escolas.<br />

É interessante registrar o fenômeno da influências dos grupos de pesquisa em ensino de<br />

ciências na interação entre ONGs e fundações governamentais, na procura de equacionar soluções<br />

para as escolas fundamental e média. Várias ONGs já tinham organizados projetos de intervenção,<br />

principalmente para o primeiro ciclo de escolas fundamentais sendo que vários desses projetos não<br />

apresentaram bons resultados. De outro lado as Fundações, e aqui cito a FAPESP que abriu uma<br />

linha de pesquisa denominada “Escola Pública”, estão procurando estudar cientificamente os<br />

problemas de nossas escolas. Os grupos de pesquisas foram então estimulados a não só organizarem<br />

propostas de intervenção, pondo em prática suas idéias e os resultados de suas investigações, como<br />

avalia-las e estuda-las em pr<strong>of</strong>undidade.<br />

Entretanto é difícil é estudar uma faceta desvinculada da outra porque felizmente ou<br />

infelizmente, elas estão muito interligadas. A pesquisa indo para escola e procurando intervir no<br />

ensino s<strong>of</strong>re com a desestruturação dessa escola. Não podemos investigar o que se passa em sala de<br />

aula, isto é, o ensino propriamente dito, sem considerar a influência da política que o estrutura. A

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!