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Brasil Final Report - Department of Physics - The Ohio State University

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Favorável: Quando se forma um cientista, este tem que saber como a ciência é construída, e<br />

não apenas o resultado final. A imagem que fica do cientista quando se dá enfoque<br />

descontextualizado, ahistórico, é de um ser anormal, isso não corresponde à realidade, o cientista é<br />

uma pessoa normal, susceptível a erros. Conforme Koyré: "A HC nos revela o espírito humano no<br />

que ele tem de mais alto, em sua busca incessante, sempre insatisfeita e sempre renovada, de um<br />

objetivo que sempre lhe escapa: a busca da verdade...O caminho na direção da verdade é cheio de<br />

ciladas e semeado de erros e neles os fracassos são mais freqüentes do que os sucessos. Fracassos,<br />

de resto, por vezes tão reveladores e instrutivos quanto os êxitos. Assim cometeríamos um engano<br />

se desprezássemos o estudo dos erros; é através deles que o espírito progride em direção à<br />

verdade".<br />

Contra1: Concordo, aprendemos mais com erros do que com acertos!<br />

Favorável: Além do mais, eu vejo a utilidade do conhecimento histórico para o pr<strong>of</strong>essor de<br />

física no sentido dele ser capaz de ensinar melhor o conteúdo do que está nos livros.<br />

Contra1: A nossa colega chegou ao ponto em que eu considero o ápice da discussão: como<br />

a HC pode ajudar na aprendizagem. Agora sugiro direcionarmos a discussão para o ensino em<br />

nível secundário.<br />

Contra2: Mas espere um momento, como ensinar HC se o tempo didático disponível no<br />

ensino médio não permite ensinar o desenvolvimento histórico da ciência?<br />

Favorável: Mas meu caro, não ensinamos todo o conhecimento científico produzido,<br />

também não pretendemos que toda a HF seja ensinada.<br />

Contra2: Eu sei que não ensinamos todo o conhecimento produzido mesmo em uma única<br />

ciência, como a física...<br />

Favorável: Pois então, dentro desse conteúdo selecionado podemos adequar o ensino<br />

histórico ao tempo didático, enfatizando a filos<strong>of</strong>ia da comunidade científica da época, um pouco<br />

do contexto social, político e econômico, enfim, o contexto histórico. Você não considera<br />

importante que esses pr<strong>of</strong>essores que irão ensinar física no 1º e 2º graus, ou seja, ensinar física<br />

para a população em geral, conheçam a HF? Aí vocês têm que saber porque ensinar física e que<br />

física? Quando se pensa no segundo grau vem à cabeça a física que prepara para o vestibular. No<br />

entanto, a maioria dos alunos não tem acesso à universidade e mesmo os que lá chegam, em sua<br />

maioria, não irão estudar física. Então é preciso discutir que física e como ensiná-la, com ou sem<br />

HF? Realmente é preciso que se discuta como inserir neste ensino a HF para passar ao aluno<br />

muito mais do que simples fórmulas matemáticas sem sentido, algo que eu chamaria de cultura<br />

científica. É evidente, no entanto, que a HF não deve substituir a formação conceitual.<br />

As luzes da sala se acendem. É o fim de um debate e o começo de um outro que certamente<br />

extrapolará os limites físicos da sala de aula.<br />

Referências bibliográficas<br />

1.MATTHEWS, M.R. História, filos<strong>of</strong>ia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação.<br />

Caderno Catarinense de Ensino de Física, 12(3): 164-214, 1995.<br />

2. ZANETIC, J. Física também é cultura. Tese de doutorado, FEUSP, São Paulo, 1989.

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