14.04.2013 Views

José Osvaldo De Meira Penna

José Osvaldo De Meira Penna

José Osvaldo De Meira Penna

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

quer dizer que a progressiva homogeneização da estrutura social e cultural do<br />

país (para o estabelecimento de um módico equilíbrio de renda) deve partir da<br />

educação, no sentido mais profundo e mais amplo da palavra. A paideia nacional<br />

estará apta a criar as condições para que surja, no Brasil, uma sociedade mais<br />

harmônica, mais justa e mais eficiente. A ética econômica implica a exigência<br />

universal de três virtudes, infelizmente ainda pouco encontradiças em nosso meio<br />

social: a virtude de trabalho, a virtude de poupança e a virtude de honestidade. As<br />

três virtudes econômicas básicas resumem-se no recebimento gratuito do dom da<br />

eficiência, pois trabalho, poupança e honestidade devem coincidir com a eficiência<br />

produtiva numa economia livre, sem a qual nem o subdesenvolvimento, nem a má<br />

distribuição dos bens econômicos poderão ser vencidos.<br />

Acentuando que os modelos aventados para o desenvolvimento brasileiro<br />

sempre partiram das opções acima oferecidas,e geralmente em combinações de<br />

receitas com ênfase nesta ou naquela opção, notamos que ninguém mais, em<br />

nosso país, sugere um capitalismo absolutamente puro, nem tampouco um socialestatismo<br />

totalitário, o qual já caiu de moda depois das "cinco modernizações" de<br />

<strong>De</strong>ng Xiaoping e da "perestroika" de Gorbachov. Hoje, até mesmo representantes<br />

oficiais do PCB falam em "privatização" da economia; o próprio guru socialista<br />

Fernando Henrique Cardoso sugere a substituição das empresas do Estado por<br />

"empresas públicas", sem se dar muito ao trabalho de definir do que se trata; e o<br />

"social-democrata" Covas prega um "choque capitalista"...<br />

A questão seguinte diz, portanto, respeito à ética econômica. Como impôla?<br />

Como persuadir a sociedade de sua necessidade? Como educar o povo na<br />

sua prática? Como estabelecer o imperativo categórico de honestidade, trabalho e<br />

poupança? Como alcançar a eficiência na performance e ser agraciado com o<br />

talento do achievement (MacCIellan)? Essas são certamente as questões mais<br />

árduas. Aquelas que a sociologia moderna até agora só superficialmente abordou<br />

a nível teórico. Mas, por que não lembrar que esse papel da ética está implícito,<br />

desde o século XVIII, na obra de Locke, de Adam Smith, de Burke e,<br />

posteriormente, de Tocqueville, Stuart Mill e dos outros pró-homens do<br />

Liberalismo, como está, hoje em dia, mais explícito nos trabalhos de Mises,<br />

Hayek, Friedman e dos demais neo-liberais-conservadores. Na filosofia liberal, em<br />

suma, está a resposta à questão da superação da injustiça e da pobreza.<br />

Nos ensaios que se seguem - alguns dos quais reproduzem textos<br />

3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!