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José Osvaldo De Meira Penna

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morreu em 1715, só teve o Rei-Sol um bisneto para sucedê-lo, o futuro Luís XV.<br />

Hegel morreu de cólera numa epidemia que flagelou Berlim. Os europeus, ao<br />

contrário dos gregos e dos romanos da Antiguidade, e dos japoneses, não tinham<br />

ideia do valor sanitário do banho: o ascetismo cristão os impedia de considerar a<br />

limpeza corporal como um mandamento.<br />

O historiador T. A. Ashton cita Sombart: "os fatos são como as pérolas<br />

(beads), necessitam de um fio para mantê-los juntos..." - mas lamenta que<br />

Sombart se tenha baseado em Marx para sustentar suas teorias ao arrepio dos<br />

fatos. Sombart foi culpado de uma extensão injustificável do termo capitalismo,<br />

lançado por Marx. Nenhum dos grandes economistas da época, nem Adam Smith,<br />

nem Marx, nem o próprio Sombart, teve a mínima intuição da natureza da nova<br />

tecnologia e extensão da Revolução Industrial e de sua associação com a<br />

expansão do capitalismo. Basta ver que o termo Revolução Industrial foi<br />

inicialmente referido por economistas franceses de fins do século XVIII mas só<br />

aparece, pela primeira vez, numa obra de Arnold Toynbee, o Velho (+1833) - o<br />

qual não deve ser confundido com o Arnold Joseph Toynbee, o historiador mais<br />

conhecido, de nosso século.<br />

5. As classes perigosas<br />

No manifesto Comunista de 1848, chama Marx de classe perigosa (em<br />

inglês dangerous class) o que, na versão alemã, é denominado Lumpenproletariat.<br />

Para Marx, o Lumpen é a "ralé, a massa apodrecendo passivamente, expulsa<br />

pelas camadas mais baixas da velha sociedade. Ela pode aqui e acolá ser<br />

carregada no movimento em favor da revolução proletária; suas condições de<br />

vida, porém, preparam-na muito mais para o papel de um instrumento subornado<br />

(bribed) da intriga reacionária". Com essa descrição "generosa", Marx considera o<br />

Lumpen como o esfarrapado que se transforma no herói predestinado da filosofia<br />

anarquista. Max Stirner, o qual mereceu de Marx e Engels uma violenta crítica na<br />

obra A Ideologia Alemã, é quem assim glorifica o Lumpen.<br />

Hannah Arendt notou, em sua obra sobre a Revolução, que a noção de<br />

pobreza foi manipulada pela tradição hegeliana. O mal que a dialética do Senhor e<br />

do Escravo na Fenomenologia do Espírito de Hegel causou à humanidade não<br />

teria suficente apreciação. Arendt acentua que "nada do que possamos hoje dizer<br />

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