A Doutrina Reformada Da Predestinação i - igreja reformada ...
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Ademais, pode ser dito que em geral as condições exteriores que cercam o indivíduo determinam o seu<br />
destino, –– pelo menos neste ponto, que aqueles de quem o Evangelho é suprimido não têm chance<br />
alguma de salvação. Cunningham escreveu isto muito bem no seguinte parágrafo: –– “Há uma conexão<br />
invariável estabelecida no governo de Deus sobre o mundo, entre o prazer de privilégios exteriores, ou<br />
os meios da graça, por um lado; e fé e salvação por outro, nesse sentido e neste ponto, que a negação do<br />
primeiro implica na negação do segundo. O significado de toda a Bíblia nos assegura que onde Deus, em<br />
Sua soberania, deixa de proporcionar aos homens o prazer dos meios da graça, –– uma oportunidade de<br />
familiarizarem-se com o único meio de salvação, –– Ele ao mesmo tempo, e através dos mesmos<br />
métodos, em ordenação, retém deles a oportunidade e o poder de crerem e de serem salvos.” 6<br />
Os Calvinistas mantêm que Deus lida não somente com a massa da raça humana, mas também com os<br />
indivíduos que são realmente salvos, que Ele elegeu pessoas em particular para a vida eterna e para todos<br />
os meios necessários para que aquela vida eterna seja alcançada. Eles admitem que algumas das<br />
passagens nas quais a eleição é mencionada ensinam somente uma eleição de nações, ou uma eleição<br />
para os privilégios externos, mas mantêm que muitas outras passagens ensinam exclusiva e somente uma<br />
eleição de indivíduos para a vida eterna.<br />
Há alguns, é claro, que negam ter havido algo como eleição. Segundo eles, a começar pelo próprio<br />
vocábulo, como se fosse um espectro que de repente aparecesse das trevas, sem nunca antes ter sido<br />
visto. Todavia, somente no Novo Testamento, as palavras ‘eklektos’, ‘ekloga’, e ‘eklego’; eleito, eleição,<br />
escolhido, são encontrados quarenta e sete ou quarenta e oito vezes (referência para a lista completa é a<br />
“Young’s Analytical Concordance). Outros aceitam o vocábulo mas tentam minimizar a importância do<br />
assunto com explicações vagas. Eles professam crer em uma “eleição condicional”, baseada, como<br />
supõem, numa fé prevista e na obediência evangélica dos seus objetos. Isto, é claro, destrói a eleição em<br />
qualquer senso inteligível do termo, e a reduz a um mero reconhecimento ou profecia que em algum<br />
tempo futuro algumas pessoas serão possuídas por aquelas qualidades. Se baseado na fé e obediência<br />
evangélica, então, como tem sido cinicamente fraseado, Deus é cuidadoso ao escolher somente aqueles a<br />
quem Ele prevê que se elegerão a si próprios. No sistema teológico Arminiano, a eleição é reduzida a um<br />
mero vocábulo ou nome, do qual o uso somente tende a envolver o sujeito numa maior obscuridade e<br />
confusão. Um mero reconhecimento que aquelas qualidades estarão presentes em algum tempo futuro é,<br />
claro, algo falsamente chamado de “eleição”, ou simplesmente nenhuma eleição qualquer que seja. E<br />
alguns Arminianos, consistentemente levando a cabo as suas próprias doutrinas que o ser humano pode<br />
ou não aceitar, e se ele efetivamente aceitar ele pode cair novamente, identificam o tempo deste decreto<br />
da eleição com a morte do crente, como se somente então a sua salvação viesse a ser certa.<br />
A Eleição aplica-se não somente aos homens mas também e igualmente aos anjos, desde que eles<br />
também fazem parte da criação de Deus e estão sob o Seu governo. Alguns destes são santos e felizes,<br />
outros são cheios de pecado e miseráveis. As mesmas razões que levam-nos a crer numa predestinação<br />
de homens também nos fazem crer numa predestinação de anjos. As Escrituras confirmam este ponto de<br />
vista através de referências a “anjos eleitos”[I Timóteo 5:21], e “anjos santos” [Marcos 8:38], os quais<br />
contrastam com “anjos maus” ou “demônios”. Lemos que Deus “... não poupou a anjos quando pecaram,<br />
mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo;”[II Pedro<br />
2:4]; lemos também acerca do “... fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;”[Mateus 25:41]; e<br />
de “... anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem<br />
reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia”[Judas 6]; e da “... guerra no céu:<br />
Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam,”[Apocalipse<br />
12:7]. Um estudo dessas passagens nos mostra que, conforme <strong>Da</strong>bney diz, “há dois tipos de espíritos,<br />
nesta ordem; santos e pecadores – os anjos, servos de Cristo e os servos de Satã; que foram criados num<br />
estado de santidade e de felicidade, e habitavam na região chamada Céu (a bondade e a santidade de