A Doutrina Reformada Da Predestinação i - igreja reformada ...
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misericordioso,” diz o Dr. Charles Hodge, “era necessário que alguns integrantes da rebelde raça humana<br />
devessem sofrer o castigo pela lei que todos em conjunto haviam quebrado. É uma prerrogativa de Deus<br />
determinar quais serão vasos de misericórdia e quais serão deixados à justa recompensa do seus<br />
pecados.” 21<br />
Desde que o homem levou-se a si mesmo até este estado de pecado, a sua condenação é justa, e cada<br />
demanda por justiça resultaria no seu castigo. A consciência nos diz que o homem perece justamente,<br />
desde que ele decida seguir a Satã ao invés de seguir a Deus. “mas não quereis vir a mim para terdes<br />
vida!”[João 5:40]. E neste sentido a palavras do Prof. F. E. Hamilton é muito apropriada: “Tudo o que<br />
Deus faz é deixá-lo só (o não regenerado) e permitir que ele trilhe o seu próprio caminho sem<br />
interferência. É da sua natureza ser mau, e Deus simplesmente pré ordenou deixar que aquela natureza<br />
permanecesse sem modificação. O quadro muitas vezes pintado por oponentes do Calvinismo, de um<br />
Deus cruel que recusa-Se a salvar aqueles que de há muito deveriam ser salvos, é uma caricatura<br />
grotesca. Deus salva todos quantos queiram ser salvos, mas ninguém cuja natureza não seja modificada<br />
quer ser salvo.” Aqueles que estão perdidos, perdidos estão porque eles deliberadamente escolheram<br />
caminhar na senda do pecado; e isto será mesmo o inferno dos infernos, que os homens tenham destruído<br />
a si próprios.<br />
Muita gente discute se a salvação é um direito inato do homem. E esquecidos do fato de que o homem<br />
perdeu a sua supremamente favorável chance em Adão, eles nos dizem que Deus seria injusto se ele não<br />
desse a todos os seres culpados uma oportunidade para serem salvos. Com relação à idéia de que a<br />
salvação é dada em retribuição a algo feito pela pessoa, Lutero diz, “Mas suponhamos, eu lhes rogo, que<br />
Deus devesse ser tal, que tivesse respeito para com o mérito naqueles que estão danados. Não<br />
deveríamos nós, semelhantemente, também requerer e acreditar que Ele também devesse ter respeito<br />
para com aqueles que serão salvos? Pois se vamos seguir a razão, é igualmente injusto, que os que não<br />
merecem devessem ser coroados, tanto quanto que os que merecem devessem ser condenados.” 22<br />
Ninguém com idéias próprias acerca de Deus supõe que Ele de repente faça algo sobre o que Ele não<br />
tenha pensado antes. Uma vez que os Seus propósitos são eternos, o que Ele faz no tempo é o que Ele<br />
propôs-Se a fazer desde a eternidade. Aqueles a quem Ele salva são aqueles a quem Ele propôs-Se a<br />
salvar desde a eternidade, e aqueles a quem Ele deixa a perecer são aqueles a quem Ele propôs-Se deixar<br />
desde a eternidade. Se é justo para Deus fazer uma determinada coisa no tempo, também é, pela paridade<br />
do argumento, justo para Ele resolver sobre determinado assunto e decretar como tal desde a eternidade,<br />
pois o princípio da ação é o mesmo em ambos casos. E se nós somos justificados em dizer que desde<br />
toda a eternidade Deus intencionou demonstrar a Sua misericórdia ao perdoar a vasta multidão de<br />
pecadores, por que algumas pessoas objetam tão estressadamente quando dizemos que desde toda a<br />
eternidade Deus intencionou demonstrar a Sua justiça ao castigar outros pecadores?<br />
Assim é que, se é justo para Deus reter-Se de salvar algumas pessoas depois que elas nascem, foi<br />
também justo para Ele formar aquele propósito antes que elas nascessem, ou na eternidade. E desde que<br />
a vontade determinante de Deus é onipotente, ela não pode ser obstruída ou anulada. Em sendo verdade,<br />
segue-se que Ele nunca antes, nem mesmo agora, quis ou quer que cada indivíduo da raça humana seja<br />
salvo. Se Ele assim quisesse, nenhuma só alma, nunca, poderia ou teria se perdido, “...Pois, quem resiste<br />
à sua vontade?”[Romanos 9:19]. Se Ele quisesse que ninguém se perdesse, Ele teria certamente dado<br />
para todos os homens aqueles meios efetivos de salvação, sem os quais não podem tê-la. Agora, Deus<br />
poderia dar aqueles meios tão facilmente para toda a humanidade, como para somente alguns, mas a<br />
experiência prova que Ele não o faz. Assim é que, logicamente, não é nenhum propósito secreto de Deus<br />
ou um decreto da Sua vontade que todos devam ser salvos. De fato, as duas verdades, que o que Deus faz