Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 93
meira, encontrará pois as reservas diminuídas da parte
que foi destruída com a primeira contracção. E assim,
como é que diminuindo o combustível aparece na segunda
excitação um superior trabalho?
Suponhamos que as reservas gastas, logo foram
substituídas por outras novas e na mesma quantidade.
A segunda excitação, ficando igual à primeira,
só uma contracção também igual à primeira poderá
produzir.
Podemos ainda conceder que, após a primeira excitação
e correlativa combustão de reservas, um afluxo
intenso e immediato de produtos novos veio aumentar
a quantidade de combustível, acima ainda do que estava
110 momento da primeira excitação. Tratando-se,
como é o caso em questão, de excitação muito fraca,
«justa-suficiente» apenas, não podemos supor que à
primeira vez gastasse todas as reservas do músculo,
e não gastasse mais por não haver. Não, a primeira
excitação não esgotou o combustível; gastou apenas
uma parte em relação com a sua intensidade; de modo
que, à segunda vez, ainda que os produtos energéticos
tenham aumentado, à identidade de excitação só pode
corresponder identidade de despesa. Porque é então
que a contracção tem maior amplitude?
Mas, ainda mais, a primeira excitação produziu trabalho,
apenas na razão de da energia libertada,
aparecendo os outros -/z sob a forma de calor, e êste
calor... só serve para prejudicar a contracção seguinte:
1.° porque, distribuído ao sangue, contribue para aumentar
a temperatura da fonte fria da máquina térmica
muscular, e é êste o meio de mais lhe prejudicar
o rendimento motor; 2.° porque, sendo a decomposição