Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 49
Resulta dos seus trabalhos de observação que o aparecimento
dos primeiros traços de cristalização é precedido
dum «estado precristalino», em que se forma
uma massa de aspecto finamente granulado, o «petroplasma».
Distinguem-se, já nesta fase, duas substâncias
segundo SCHRÕN: «deuterolitoplasma» e «protolitoplasma»
opticamente caracterizadas. Depois, aparecem
as primeiras formações nucleiformes, os mais pequenos
elementos conhecidos do reino mineral — «petroblastos».
Tem, segundo SCHRÕN, a faculdade de germinar,
estas granulações. Derivam dos filamentos duma
rêde protoplásmica, que existe nos sais e nas rochas
plutónicas. Quando nas soluções se dá a diferenciação
em «protolitoplasma» e deuterolitoplasma», o primeiro
dispõe-se em forma duma espécie de concha que envolve
o segundo.
No estado precristalino dos sais, os petroblastos são
contidos em células semelhantes às dos esporânjios, e
podem transformar-se em corpos celuliformes, a que
não falta uma espécie de núcleo. Temos assim, no
petroplasma, elementos morfológicos distintos: os
«petroblastos» e as «petrocélulas», comparáveis aos
osteoblastos e às células glanglionares.
Afirma SCHRÕN que os núcleos sáem das petrocélulas,
dando logar á formação de petrocélulas novas
que crescem, por sua vez, atraindo a substância dissolvida.
Multiplicam-se por divisão e por gemação,
produzindo novos petroblastos.
A verdade das observações microscópicas de SCHRÕN,
sôbre os fenómenos tão extraordinários do estado precristalino,
são confirmadas pelo sábio holandês P. HAR-
TING. Êste observador estudou, durante trinta anos,
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