Obra Completa - Universidade de Coimbra

30 O Fenómeno biológico
panha-se da simplificação das formas espectrais, revelando
corpos cada vez mais simples, até à forma primitiva
que encontra no cúme da escala térmica — a
temperatura argoniana de 30:000 graus.
Com o abaixamento da temperatura, os corpos vão
ganhando formas mais complexas e mais estáveis.
E, aludindo aos dois processos —polimerisação e combinação
— porque se explica em química o aumento de
complexidade molecular dos corpos, chega até pôr a
ordem estelar dos pêsos atómicos de alguns elementos,
assim : hidrogénio 1, proto-cálcio 10, proto-magnésio 12,
oxigénio 16.
Descendo das regiões astronómicas para a plataforma
do nosso globo, encontramos GUSTAVE LE BON, numa
série longa de trabalhos experimentais, a pôr em evidência
a desmaterialização dos corpos, experimentando
sobre a variabilidade das espécies químicas.
A evolução inorgânica é uma ideia concretizada
pelos mais sábios processos de investigação scientífica;
e, com LOKYER OU com LE BON, as espécies químicas,
como as espécies vivas, não se podem dizer já invariáveis.
O conceito evolucionista do mundo vivo empolgou
já o mundo material, onde o princípio do aumento da
«entropia» ou da degradação da energia parece orientar-lhe
o sentido. A matéria evoluciona em etápes de
degradação sucessiva; os seres vivos parece terem
evolucionado no sentido de uma superiorisação progressiva.
Será impossível prever correlação alguma entre as
duas orientações reputadas opostas ?
No ser vivo também a energia se degrada: sim,