Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 127
concentração; por outro lado as tensões > electricas,
sob a forma de energia superficial negativa, tenderão
a aumentar a superfície de contacto com o líquido,
impelindo à fragmentação dos grânulos, ou a sua expansão
pelo menos. Compreende-se agora bem, porque
apresentei logo ao princípio a experiência d'ARSONVAL.
Esta teoria que explica tão bem as particularidades
do estado coloide, como a acção dos agentes coaguladores,
a acção dos raios s e p do rádio conforme o
coloide é negativo ou positivo, esta teoria, digo, mostra
bem como nos coloides cada granulação é a sede
de energias electricas, em equilíbrios muito delicados
com as tensões superficiais em volta. E, como no músculo
mecanicamento artificial de ARSONVAL as simples
deformações das superfícies separadoras dos líquidos
davam lugar a uma corrente electrica apreciavel, também
aqui, compreendemos como pela modificação das
tensões superficiais em tôrno dos grânulos, ou pela
variação de tensões electricas provocadas por variação
na distribuição ou natureza dos iões, correntes de
electricidade constantes estejam num jogo dinâmico
contínuo.
Ainda mais: sabemos como coagulam os coloides
pela acção dos ácidos, bases e sais. Pois bem, essas
soluções, electrolíticas como são, teem carregados
positivamente uns iões em que as moléculas estão dissociadas,
e carregados negativamente outros. Num
coloide positivo, por exemplo, as suas granulações
carregadas positivamente fixam os iões negativos do
electrolito, e a sua carga total diminue: correlativamente,
diminuo também a carga equivalente da bainha
ionica que envolvia o granulo, e uma parte dos iões