Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 153
série de graus evolutivos, em que, a partir do ôvo,
cada célula não é a reprodução da antecedente, nem
é idêntica com as seguintes.
Cada uma das células que, a princípio, vai resultanno
da repetida bipartição das antecedentes, é como
que o desenvolvimento de uma potência que estivesse
latente, na célula mãe de que provêm.
As células novas, produzidas na sucessiva proliferação
embrionária, são verdadeiros elementos novos
que, pelo que diz respeito à grande massa somatica
do indivíduo, não são em nada a reprodução do ôvo,
seu ponto de partida.
De entre os 60 triliões de células, que compõem o
organismo humano, apenas um pequeno número se
pode considerar adstrito À reprodução animal. WEIS-
MANN, atentando no fenómeno da reprodução, estabeleceu
a sua doutrina da «continuidade do plasma germinativo»
complicada da inverosímil teoria, que não
passa de aleatória hipótese, dos «plasmas ancestrais».
Cada elemento sexual, macho e femea, (espermatozóide
e óvulo), seria uma acumulação inverosímil de
todos os plasmas ancestrais, que, pela fecundação, se
eliminavam em parte, ficando ainda um stok suficiente
para desenvolver, no produto da procriação, os caracteres
da complexa organização animal específica.
Mas, nem quanto aos elementos sexuaes a reprodução
celular existe. O ôvo, que origina o desenvolvimento
do ser vivo, é uma individualidade única que, por mais
que prolifere, nunca se multiplica, não se reproduz.
Parte-se e reparte-se innúmeras vezes; e, se nas primeiras
fases, as células parece reproduzirem morfologicamente
os elementos anteriores, isto é, se na fase