Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 95
ao acréscimo na assimilação, vem o aumento correlativo
da desassimilação; mas notemos com atenção, que
as variações no termo D, veem sempre em atrazo com
relação às modificações no termo A. Por consequência,
quando a assimilação parar de crescer, em certo nível,
ainda esperará algum momento por que a desassimilação
correspondente a esse nível se estabeleça. O plató
da curva miográfica terá nisto a sua interpretação.
Logo que a desassimilação atinja o grau que deve
corresponder ao nível a que chegou a assimilação, o
valor absoluto da relação biotónica volta a ser o mesmo
que antes era, e a curva desce, na fase de energia decrescente
do músculo.
O biotonus voltou a um estado de equilíbrio e a contracção
acabou, mas os seus termos A e D não readquiriram
imediatamente os seus respectivos valores, que
antes tinham. Á tonicidade normal restabelecida cor-
A'
responde um biotonus agora g-, em que A'>A e D'>D.
E notemos que o termo D não cresce na proporção
exacta de A; porque, se a um tanto de assimilação
correspondesse outro tanto igual de desassimilação,
não produzia o exercício muscular o desenvolvimento
histológico qua se reconhece no músculo.
Por isso, ao fim da primeira contracção a diferença
entre A' e D' é maior do que era no princípio a diferença
em A e D. A formação plástica do músculo ganhou
com a primeira excitação. E, se esse benefício
por uma só excitação, é fraco, e não será muito duradouro,
poderá, no entanto, ser razão bastante para
explicar a superior elevação da curva miográfica
numa segunda excitação que de perto se siga à primeira.