Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 73
assentar é que em qualquer das hipóteses a substância
cinetogénica, como tal, não percorre o ciclo máximo do
melabolismo orgânico.
A divisão dos alimentos em plásticos e energéticos
não é tida como uma divisão rigorosa, apesar de todos
os valiosos trabalhos de CHAUVEAU. No entanto, os
trabalhos já indicados de PFLUGER e SCHOENDORF, indicam
que não é ainda para desprezar.
E, sobretudo, pelo que diz respeito à função nutritiva,
a assimilação plástica e a elaboração energética
são duas cousas muito distintas, que não podemos
deixar de considerar interdependentes uma da outra,
mas inconfundíveis.
Essa interdependência involve subordinação para a
segunda, que fica apenas no nível duma condição cinetogénica
para exteriorisar o movimento e trabalho
comandado pela primeira. Acima do trabalho mecânico
e da energia thermodinâmica, em que se pretende avaliar
a actividade dos processos vitais, está a energia
histopoiética, que elabora as sínteses na fase ascendente
da gradual vitalisação dos materiais químicos
dos alimentos.
Julgo ver-se claramente, agora, que uma contracção
muscular, por exemplo, medida em calorias e em trabalho
mecânico realizado, não fica avaliada no seu
sentido fisiológico completo. O que há de característica
vital 110 fenómeno, não é uma combustão de glicose, é
a contracção do músculo, as modificações fisiogénicas
do protoplasma vivo, que vão dar à produção do movimento.
Se a combustão da glicose se dá, e o calor
aparece, não é isso mais do que um fenómeno secun-