Obra Completa - Universidade de Coimbra

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resultado um aumento de volume e, consequentemente,
em tal mudança de fase o valor da pressão sobe acima
do que valia antes. Por isso, a estabilidade do sistema
se acentua com a pressão, como o mostra a necesafc
dade duma maior quantidade de calor para obter a
fusão. Como que ganha assim mais solidez o sólido,
tornando mais difícil o deslocamento do equilíbrio, e
exigindo maior soma de energia para a satisfação da
única «liberdade» que possue (lei das fases de WIL-
LARD GIBBS).
No sistema gêlo-água a pressão determina a fusão
do gêlo porque a água que se forma ocupa menos espaço
que êle, e portanto a mudança de estado executa-se
no sentido de aliviar a pressão. O gêlo defendendo-se
da pressão tenta resistir, e só cede sensivelmente
quando a violência exterior adquire uma certa intensidade.
Não podendo então o gêlo defender a sua integridade
morfológica por meio duma acção directa sôbre
a fôrça que o oprime, escapa-se lhe fundindo-se; isto
é, deforma-se, e a transformação é no sentido de ocupar
um menor volume; porque, só assim, vence uma
parte da pressão, fazendo-a baixar de valor.
Estes e outros factos da mesma natureza que compõem
a actividade dos corpos, na luta incessante dos
seus conflitos energéticos, entram como casos particulares
na extensão geral do princípio que vigora nas
doutrinas da Química-física, com o nome de «lei de
LE CHATELIER», e que A. SMITH, professor de Química
na Universidade de Chicágo, em sua Química Geral,
enuncia como segue: — «se sôbre um sistema em equilíbrio
se exercer alguma acção (mudança de tempera-