Obra Completa - Universidade de Coimbra

Fisiologia anagénica 99
por divisão. Tem intervalos mais ou menos demorados,
entre cada dois actos sucessivos de reprodução. E,
nesse tempo, vai sempre realizando-se a elaboração
nutritiva, no interior da célula, até chegar ao ponto
de nova divisão celular se realizar. Consistirá essa
elaboração em fabricar uma vez, e outra e outra, apenas
substâncias plastidulares iguais àquelas que já
possue? Não. Adiante mostraremos o fundamento desta
negativa.
Não menos extraordinário, na teoria de DANTEC, é a
afirmação de que as substâncias assimiladas (segundo
DANTEC multiplicadas) aparecem com o funcionamento
e destroem-se pelo repouso. O orgão, a célula que trabalha,
ao fim de algum tempo, teria os seus plastídeos
recheados e atestados de substâncias vivas; e a fadiga,
que então sobrevem, não seria mais que uma pletora
de vida, uma hiperestesia eufórica de organitos, estuantes
de vitalidade, a reclamarem descanço para uma
sangria eliminadora das vivas substâncias em que
abarrotam.
Quando, a páginas um pouco atraz, formulei a hipótese
de as reservas não serem directamente utilizadas
no funcionamento, e serem antes retomadas pela
assimilação muito activada pela excitação provocadora
do funcionamento, parece, à primeira vista, que me
estaria inspirando a teoria de DANTEC. Mas não é difícil
ver como não se harmoniza a minha hipótese com
aquela teoria.
Segundo a «condição de vida elementar manifestada»
A
o quociente biotónico, jy é aumentado no termo A, pelo
funcionamento, e é depois diminuído em A e aumen-
tado em D, pelo repouso.