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Anais do III Encontro Nacional de Estudos sobre o Mediterrâneo ...

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Héla<strong>de</strong> durante as Guerras <strong>do</strong> Peloponeso (século V e IV a.C.) 22<br />

<strong>III</strong> ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O MEDITERRÂNEO ANTIGO<br />

X FÓRUM DE DEBATES EM HISTÓRIA ANTIGA DA UERJ<br />

- 172 -<br />

Luis Filipe Bantim <strong>de</strong> Assumpção<br />

Retoman<strong>do</strong> as palavras <strong>de</strong> Tucídi<strong>de</strong>s, o referi<strong>do</strong> autor clássico ao apresentar um<br />

discurso proferi<strong>do</strong> pelos atenienses pontuou que a <strong>do</strong>minação <strong>de</strong> Atenas era uma medida<br />

legal, que fora tomada no intuito <strong>de</strong> permitir que a autorida<strong>de</strong> político-militar da Ática<br />

fosse mantida, junto aos seus alia<strong>do</strong>s. Na citação que se segue uma embaixada (πρεσβέια -<br />

presbéia) da Ática discursa, diante das autorida<strong>de</strong>s espartanas, como uma forma <strong>de</strong><br />

justificarem as ações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m sócio-político-econômicas que haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvidas<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o contexto social em que viviam:<br />

Assim como vocês, Lace<strong>de</strong>mônios, que no exercício <strong>de</strong> sua li<strong>de</strong>rança regularam<br />

a política das cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Peloponeso <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a sua própria vantagem; e se<br />

na guerra contra os persas vós tivésseis manti<strong>do</strong>, até o fim, a sua hegemonia<br />

(ήγεμονία) e com isso tivessem se torna<strong>do</strong> impopulares em seu exercício, como<br />

nos aconteceu, certamente não teríeis se torna<strong>do</strong> menos odiosos aos alia<strong>do</strong>s tais<br />

como somos, e também seriam compeli<strong>do</strong>s a exercer sua autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma<br />

enérgica ou correrem o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>rem a sua autorida<strong>de</strong>. No entanto, não<br />

existe nada <strong>de</strong> extraordinário ou incompatível com a natureza humana no que<br />

fizemos, apenas por termos aceita<strong>do</strong> o po<strong>de</strong>r (ἀρχήν) quan<strong>do</strong> este nos foi<br />

ofereci<strong>do</strong>, e então, ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos mais fortes motivos – honra, me<strong>do</strong> e interesse<br />

próprio – não abrimos mão <strong>de</strong>le. Também não somos os primeiros a assumirem<br />

22 Este mapa foi retira<strong>do</strong> da obra: MCKAY, John (et. al.) Western Society – A Brief History. Boston; New<br />

York: Bedford/St. Martin’s, 2010. p.52.

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