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Anais do III Encontro Nacional de Estudos sobre o Mediterrâneo ...

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COMO PLUTARCO DESCREVE ALEXANDRE DA MACEDÔNIA?<br />

Mestran<strong>do</strong> Marcio Felipe Almeida da Silva 1<br />

Talvez seja um tanto curioso para alguns, um medievalista se propor a pesquisar um tema<br />

referente à antiguida<strong>de</strong>, entretanto o personagem Alexandre nos intriga. Nos dias <strong>de</strong> hoje ele é<br />

conheci<strong>do</strong>, mesmo que erroneamente, <strong>do</strong>s mais cultos aos mais leigos. Porém, este fato não<br />

impediu que fossem produzidas diversas edições <strong>de</strong> periódicos com conceitos distorci<strong>do</strong>s ou mal<br />

interpreta<strong>do</strong>s <strong>sobre</strong> o rei da Macedônia. Por esta razão fui impeli<strong>do</strong> a retornar a leitura <strong>do</strong>s<br />

clássicos, para saber como os autores antigos <strong>de</strong>screviam Alexandre. Durante minha pesquisa o<br />

professor <strong>do</strong> NEA 2 , José Roberto <strong>de</strong> Paiva Gomes, gentilmente me ce<strong>de</strong>u um exemplar da obra <strong>de</strong><br />

Plutarco, on<strong>de</strong> o autor narra a vida <strong>de</strong> Alexandre, <strong>de</strong> seu nascimento até sua morte. A minha<br />

satisfação em ter contato com o texto gerou o presente trabalho.<br />

Sen<strong>do</strong> assim o objetivo <strong>de</strong>ste artigo é analisar com cautela quem é o Alexandre que<br />

Plutarco narra em sua biografia, e qual a importância <strong>de</strong>sta obra para os historia<strong>do</strong>res interessa<strong>do</strong>s<br />

na transição <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> Clássico para o Helenístico. Sobre o rei da Macedônia, sabemos que foi<br />

um brilhante lí<strong>de</strong>r, e que expandiu as fronteiras <strong>de</strong> influência cultural helênica muito além <strong>do</strong><br />

espera<strong>do</strong> na antiguida<strong>de</strong>, tornan<strong>do</strong>-se objeto <strong>de</strong> almejo para to<strong>do</strong>s os conquista<strong>do</strong>res da história.<br />

Todavia para iniciar esta abordagem precisamos conhecer melhor o célebre autor Plutarco.<br />

Nasci<strong>do</strong> em Queronéia, por volta <strong>do</strong> ano 46 dC, se <strong>de</strong>stacou por seus clássicos chama<strong>do</strong>s Vidas<br />

Paralelas, ou Vidas Comparadas, narrativas que o levaram a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como o inventor <strong>do</strong><br />

paralelismo. Embora não tivesse a intenção <strong>de</strong> ser historia<strong>do</strong>r e sim biógrafo, seus escritos<br />

conquistaram um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque entre os historiógrafos mo<strong>de</strong>rnos. Das obras <strong>de</strong> Plutarco<br />

<strong>de</strong>stacamos além <strong>de</strong> Alexandre e César, que nos serve <strong>de</strong> fonte para o presente trabalho, Teseu e<br />

Rômulo, Demóstenes e Cícero, Temístocles e Camilo, Fócion e Catão, <strong>de</strong>ntre outras que utilizam<br />

personagens liga<strong>do</strong>s a gran<strong>de</strong>za. Como o autor publica suas obras durante um perío<strong>do</strong> em que a<br />

Grécia fora ofuscada pela expansão romana, nota-se que costuma a confrontar como objeto <strong>de</strong><br />

pesquisa personagens gregos e romanos, chegan<strong>do</strong> em <strong>de</strong>terminadas análises a favorecer seus<br />

conterrâneos, <strong>de</strong> forma a sugerir que para cada brilhante latino haveria também um brilhante<br />

1 Mestran<strong>do</strong> em História Medieval pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense.<br />

2 Núcleo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s da Antiguida<strong>de</strong> / UERJ.

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