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Anais do III Encontro Nacional de Estudos sobre o Mediterrâneo ...

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“O RENASCIMENTO CARTAGINÊS NA OBRA “HISTÓRIAS” DE POLÍBIO:<br />

TRANSFORMAÇÕES POLÍTICO-MILITARES NO MEDITERRÂNEO<br />

OCIDENTAL”<br />

André Felipe Wielgosz Leite 1<br />

Durante os séculos <strong>III</strong> e o II a.C., o Mar <strong>Mediterrâneo</strong> vivenciou um <strong>do</strong>s seus<br />

perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maior agitação na Antiguida<strong>de</strong>. Nesse momento, ao longo <strong>de</strong> suas margens,<br />

novos povos e culturas passam a integrar o “Mun<strong>do</strong> Conheci<strong>do</strong>” <strong>de</strong> então. Junto <strong>do</strong>s<br />

Reinos Helenísticos no Oriente Próximo, das Ligas <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s Gregas, <strong>do</strong>s territórios<br />

bárbaros ao norte (germanos, celtas, citas, entre outros) ou ao sul (as tribos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>res<br />

árabes e os míticos núbios <strong>do</strong> interior sudanês) <strong>do</strong> <strong>Mediterrâneo</strong> Oriental; no <strong>Mediterrâneo</strong><br />

Oci<strong>de</strong>ntal, romanos, cartagineses, coloniais gregos e celtiberos surgem e passam a integrar<br />

os intrinca<strong>do</strong>s conflitos por hegemonia, tanto territorial quanto econômica, política e<br />

diplomática.<br />

Esse perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> agitação, que marca a transição entre um mun<strong>do</strong> sob a hegemonia<br />

cultural <strong>do</strong>s Reinos Helenísticos para um mun<strong>do</strong> on<strong>de</strong> Roma <strong>de</strong>sponta como “Caput<br />

Mundi” (Capital <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> e que nos <strong>de</strong>sperta tanto interesse, também <strong>de</strong>spertou o<br />

interesse <strong>de</strong> diversos autores na Antiguida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>dicaram a enten<strong>de</strong>r como se <strong>de</strong>ram<br />

essas agitações e como elas transformaram, ou indicavam uma transformação, <strong>do</strong> seu<br />

mun<strong>do</strong>.<br />

Um <strong>do</strong>s primeiros e mais <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s autores foi Políbio <strong>de</strong> Megalópoles (KURY,<br />

1985: 32; GARRAFONI, 2006: 53; MARQUES, 2007: 45). Esse general e historia<strong>do</strong>r<br />

grego, que viveu entre 203-120 a.C., após combater e per<strong>de</strong>r frente aos romanos tornou-se<br />

um refém, em 167 a.C., e foi leva<strong>do</strong> a conviver, durante 17 anos, no seio <strong>de</strong>ssa recente<br />

potência que a<strong>de</strong>ntrava o mun<strong>do</strong> helenístico <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>ra, por meio das<br />

sucessivas vitórias contra Perseu da Macedônia.<br />

Em sua obra “Histórias”, Políbio busca fazer entendível e compreensível aos<br />

gregos 2 como Roma tornou-se uma potência “mundial”, em pouquíssimo tempo, menos <strong>de</strong><br />

um século. Segun<strong>do</strong> Políbio indica nos primeiros livros <strong>de</strong> sua obra, o gran<strong>de</strong> salto romano<br />

1 Graduan<strong>do</strong> <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná, sob orientação <strong>do</strong> Profº. Drº. Renan<br />

Frighetto, como bolsista CNPq no projeto <strong>de</strong> pesquisa “As relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre a nobreza e a realeza no<br />

reino hispano-visigo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> (séculos VI-VII)”, em especial <strong>sobre</strong> as relações <strong>de</strong> longa duração<br />

existentes na região.<br />

2 Nesse senti<strong>do</strong>, não somente aos gregos da antiga Grécia, mas também aos que estavam nos territórios<br />

asiáticos e africanos conquista<strong>do</strong>s por Alexandre.

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