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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 117<br />

Relato da primeira ocorrência <strong>de</strong> Tambaquyra camargoi (Anomalo<strong>de</strong>smata,<br />

Bivalvia) em sedimentos da Formação Corumbataí (Permiano Superior,<br />

Bacia <strong>do</strong> Paraná) na região <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Rio Claro, SP<br />

Renato Pirani Ghilardi 1 & Luiz Henrique C. Mello 2<br />

As concentrações fossilíferas <strong>de</strong> biválvios <strong>do</strong> Grupo Passa Dois (Permiano Superior, Bacia<br />

<strong>do</strong> Paraná) são caracterizadas por serem encontradas em coquinas ou arenitos e siltitos<br />

com bioclastos silicifica<strong>do</strong>s ou na forma <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s. Pertencem às assembléias <strong>de</strong><br />

Anhembia froesi, Pinzonella illusa e Pinzonella neotropica, que ocorrem em sucessão<br />

estratigráfica no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Na região centro-sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> possui as formações<br />

Serra Alta e Terezina essas assembléias, enquanto que a porção nor<strong>de</strong>ste a correlata<br />

Formação Corumbataí. Dentre os varia<strong>do</strong>s biválvios <strong>de</strong>ssas formações, Tambaquyra<br />

camargoi sempre apresentou controvérsias em sua sistemática, ocorrência<br />

bioestratigráfica e paleoecologia. A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong> semelhança com outros<br />

biválvios <strong>do</strong> Grupo Passa Dois (e.g., Casterella, Plesiocyprinella) a valida<strong>de</strong> <strong>do</strong> gênero e<br />

seu status <strong>de</strong>ntro da Família Mega<strong>de</strong>smidae (Subfamília Plesiocyprinellinae) já foram<br />

estabeleci<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s anteriores. Atualmente consi<strong>de</strong>ra-se que sua ocorrência esteja<br />

limitada a um ambiente <strong>de</strong> águas mais profundas característico da Formação Serra Alta na<br />

porção centro-sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. O táxon é encontra<strong>do</strong> no interior <strong>de</strong> concreções carbonáticas<br />

associadas a ambientes anóxicos o que lhe confere provável relação simbiótica com<br />

bactérias quimiosintetizantes. Recentes coletas no clássico afloramento da região <strong>de</strong><br />

Ferraz (22°15‟50"S / 47°34‟53"W) no município <strong>de</strong> Rio Claro, SP, pertencentes à porção<br />

mediana/superior da Formação Corumbataí proporcionaram a coleta <strong>de</strong> três exemplares<br />

<strong>de</strong> Tambaquyra camargoi <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s na coleção científica <strong>do</strong> Laboratório <strong>de</strong><br />

Paleontologia <strong>de</strong> Macroinvertebra<strong>do</strong>s da UNESP-Bauru. Os exemplares são mol<strong>de</strong>s<br />

externos e, apesar <strong>de</strong> fragmenta<strong>do</strong>s, possuem preserva<strong>do</strong>s a carena umbonal muito<br />

marcada, inclinada com o umbo volumoso, alto e prosógiro, lúnula ausente e escu<strong>do</strong> bem<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> que se constituem nas autapomorfias <strong>do</strong> táxon. Linhas <strong>de</strong> crescimento<br />

concêntricas e bem pronunciadas são também observadas nos exemplares, o que<br />

diferencia essa espécie das <strong>de</strong>mais nessa associação. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>ssa espécie para<br />

esses afloramentos reveste-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, pois se aumenta a distribuição<br />

bioestratigráfica <strong>de</strong>sse táxon até então limita<strong>do</strong> à assembléia <strong>de</strong> Anhembia froesi para a<br />

assembléia <strong>de</strong> Pinzonella illusa, caracterizan<strong>do</strong> tafonomicamente a espécie como um<br />

táxon-lázaro. O ambiente <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> Tambaquyra camargoi <strong>de</strong>ve ser também analisa<strong>do</strong>.<br />

Sua presença nos arenitos da Formação Corumbataí <strong>de</strong>nota ambientes mais rasos como<br />

ambiente <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sse organismo, amplian<strong>do</strong> os habitats <strong>do</strong> táxon e/ou que sua<br />

preservação está sob efeito <strong>de</strong> ten<strong>de</strong>nciamentos tafonômicos.<br />

1<br />

Departamento <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências, Universida<strong>de</strong> Paulista Júlio <strong>de</strong> Mesquita Filho<br />

(UNESP), Bauru, SP, Brasil.<br />

2<br />

Universida<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>irante <strong>de</strong> São Paulo (UNIBAN), São Paulo, SP, Brasil.<br />

E-mails: ghilardi@fc.unesp.br, luizhenrique@dinosfera.com.br<br />

Paleoinvertebra<strong>do</strong>s

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