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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 58<br />

1 Petrobras/CENPES/PDEXP/BPA, Avenida Jequitibá, 950, Cida<strong>de</strong> Universitária - Ilha <strong>do</strong> Fundão - 21941-598,<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

Microbiofácies: Aplicação bioestratigráfica da análise<br />

<strong>de</strong> lâminas <strong>de</strong>lgadas<br />

Antonio Enrique Sayão Sanjinés 1 , Francisco Henrique <strong>de</strong> Oliveira Lima 1 & Oscar Strohschoen Jr 1<br />

Microbiofácies consiste na caracterização da ida<strong>de</strong> geológica das rochas sedimentares a<br />

partir <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> elementos fósseis e características mineralógicas reconheci<strong>do</strong>s em<br />

lâminas <strong>de</strong>lgadas, observadas sob o microscópio óptico. Baseia-se na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

diversos microfósseis e bio<strong>de</strong>tritos, em especial foraminíferos, ostraco<strong>de</strong>s, calcisferulí<strong>de</strong>os,<br />

moluscos, radiolários, microcrinói<strong>de</strong>s, elementos <strong>de</strong> algas calcárias, entre outros. O estu<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> microbiofácies po<strong>de</strong> ser aplica<strong>do</strong> em todas as bacias brasileiras, <strong>do</strong> Paleozóico ao<br />

Cenozóico, em seções muitas vezes consi<strong>de</strong>radas estéreis para outros microfósseis.<br />

Entretanto, são utiliza<strong>do</strong>s com maior freqüência no estu<strong>do</strong> das seções cretáceas. Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>sta natureza começam a ter <strong>de</strong>staque no Brasil a partir da década <strong>de</strong> 60. Inicialmente<br />

os trabalhos tinham um cunho petrográfico, o conteú<strong>do</strong> fossilífero foi ganhan<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque<br />

ao longo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da análise e se tornou tão importante que possibilitou<br />

reconhecimento <strong>de</strong> espécies-índice consi<strong>de</strong>radas ausentes ou raras no Atlântico Sul, com<br />

implicações importantes para o entendimento da evolução <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> ruptura Brasil-<br />

África. Os benefícios <strong>do</strong> <strong>de</strong>talhamento bioestratigráfico <strong>de</strong> sucessões rochosas, através <strong>do</strong><br />

reconhecimento e <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> inúmeros táxons com aplicação direta em<br />

bioestratigrafia, nas escalas local e regional, têm reflexos importantes na <strong>de</strong>terminação e<br />

correlação das biozonas. Tais resulta<strong>do</strong>s contribuem também para a análise <strong>de</strong><br />

proveniência e inferências paleogeográficas, paleoecológicas e paleoclimáticas,<br />

constituin<strong>do</strong>-se assim, em um po<strong>de</strong>roso elemento <strong>de</strong> apoio à exploração <strong>de</strong><br />

hidrocarbonetos. Existem estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> microbiofácies nas bacias <strong>de</strong>: Campos, Santos,<br />

Espírito Santo, Jequitinhonha, Sergipe-Alagoas, Pernambuco-Paraíba, Potiguar e<br />

Barreirinhas. Destaca-se como estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na bacia <strong>de</strong><br />

Pernambuco-Paraíba, mais especificamente Formação Gramame (Maastrichtiano). Foram<br />

analisadas 121 lâminas <strong>de</strong>lgadas e 18 amostras convencionais, provenientes <strong>de</strong> quatro<br />

pedreiras: CIMEPAR, CIPASA, Nassau e Poty. Nas lâminas <strong>de</strong>lgadas a diversida<strong>de</strong> variou<br />

entre 4 e 20 espécies <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos por amostra. Nas amostras<br />

convencionais a diversida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 3 a 5 espécies <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos por<br />

amostra <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a problemas <strong>de</strong> recuperação.A ocorrência <strong>do</strong>s foraminíferos planctônicos<br />

Gansserina gansseri, G. wie<strong>de</strong>nmayeri, Guembelitria cretacea e Rugoglobigerina<br />

macrocephala indicaram ida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes ao Andar Maastrichtiano. Ocorrem como<br />

formas associadas outras espécies <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos, além <strong>de</strong> foraminíferos<br />

bentônicos, microcrinói<strong>de</strong>s, ostraco<strong>de</strong>s, fragmentos <strong>de</strong> moluscos e equino<strong>de</strong>rmos. A partir<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, concluie-se que a Bacia <strong>de</strong> Pernambuco-Paraíba era <strong>do</strong>minada,<br />

durante o Maastrichtiano, por climas quentes e secos, com reduzi<strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> materiais<br />

siliciclásticos. Estas condições foram fundamentais para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bancos e<br />

plataformas carbonáticas.<br />

E-mails: antonio.sanjines@petrobras.com.br, henriquel@petrobras.com.br,<br />

oscarsj@petrobras.com.br<br />

Micropaleontologia

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