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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 201<br />

Paleoictiofauna da Formação Morro <strong>do</strong> Chaves (Bacia <strong>de</strong> Sergipe-Alagoas)<br />

e sua correlação com o Barremiano-Aptiano das bacias<br />

<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil e noroeste da África<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Sistemática e Biogeografia, Departamento <strong>de</strong> Zoologia, Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro (UERJ), Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã - 20550-900, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

2 Bolsista <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong> em Pesquisa <strong>do</strong> CNPq.<br />

3 Bolsista Jovem Cientista <strong>do</strong> Nosso Esta<strong>do</strong> FAPERJ.<br />

E-mail: gallo@uerj.br<br />

Raphael Miguel 1 & Valéria Gallo 1,2,3<br />

A Bacia <strong>de</strong> Sergipe-Alagoas está localizada na região costeira <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil. Sua<br />

porção emersa ocupa uma estreita faixa litorânea <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pernambuco, Alagoas e<br />

,3Sergipe. Limita-se a nor<strong>de</strong>ste com a Bacia <strong>de</strong> Pernambuco-Paraíba pelo alto <strong>de</strong> Maragogi<br />

e a su<strong>do</strong>este com a Bacia <strong>de</strong> Jacuípe, on<strong>de</strong> o limite é indiviso. A ida<strong>de</strong> da Formação Morro<br />

<strong>do</strong> Chaves é controversa, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rada por diversos autores como aptiana,<br />

apesar <strong>do</strong>s registros palinológicos indicarem uma ida<strong>de</strong> barremiana para esta unida<strong>de</strong>.<br />

Sua paleoictiofauna é representada, até o momento, por semionotí<strong>de</strong>os (Lepi<strong>do</strong>tes),<br />

elopomorfos, clupeomorfos sensu lato e paraclupeí<strong>de</strong>os, gonorhynchiformes (Dastilbe),<br />

salmoniformes, encho<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os (Enchodus), cimolictií<strong>de</strong>os incertae sedis (Atolvorator) e<br />

mawsonií<strong>de</strong>os (Mawsonia). Também estão presentes tetrápo<strong>de</strong>s, invertebra<strong>do</strong>s,<br />

microfósseis e palinomorfos. Parte <strong>do</strong> material a ser analisa<strong>do</strong> está <strong>de</strong>positada nas<br />

coleções paleontológicas <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Biologia da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, Departamento Nacional <strong>de</strong> Produção Mineral (RJ), Museu Nacional/UFRJ e Museu<br />

<strong>de</strong> Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Novos<br />

trabalhos <strong>de</strong> campo estão previstos para 2010, objetivan<strong>do</strong> a coleta <strong>de</strong> mais exemplares.<br />

A paleoictiofauna da Formação Morro <strong>do</strong> Chaves possui correlação com diversas bacias <strong>do</strong><br />

nor<strong>de</strong>ste brasileiro e <strong>do</strong> noroeste africano. Na Bacia <strong>do</strong> Recôncavo, ocorrem clupeomorfos<br />

e elopomorfos na Formação Marfim (Valanginiano-Hauteriviano) e os gêneros Lepi<strong>do</strong>tes e<br />

Mawsonia nas formações Maracangalha e Can<strong>de</strong>ias (Berriasiano-Valanginiano). Na Bacia<br />

<strong>de</strong> Tucano, ocorrem gonorhynchiformes na Formação Marizal (Aptiano) e Mawsonia na<br />

Formação Can<strong>de</strong>ias (Berriasiano). Na Bacia <strong>de</strong> Pernambuco-Paraíba, ocorrem Dastilbe e<br />

Ellimma na Formação Cabo (Aptiano-Albiano). Nas bacias interiores, registra-se a presença<br />

<strong>de</strong> Lepi<strong>do</strong>tes, Mawsonia e teleósteos in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s na Formação Brejo Santo<br />

(Berriasiano) e Dastilbe na Formação Crato (Aptiano-Albiano da Bacia <strong>do</strong> Araripe).<br />

Escamas <strong>de</strong> semionotí<strong>de</strong>os referidas a Lepi<strong>do</strong>tes foram registradas no Berriasiano-<br />

Barremiano da Bacia <strong>de</strong> Sousa (Formação Sousa) e da Bacia <strong>do</strong> Iguatu. Com relação às<br />

bacias <strong>do</strong> noroeste africano, cujas unida<strong>de</strong>s são correlatas com a Formação Morro <strong>do</strong><br />

Chaves, registra-se a presença <strong>de</strong> gonorhynchiformes e salmoniformes na Bacia <strong>do</strong> Gabão.<br />

Na Série Loia (Valanginiano-Barremiano) da Bacia <strong>do</strong> Congo, ocorrem escamas <strong>de</strong><br />

Lepi<strong>do</strong>tes e clupeomorfos; já na Série Bokungo (Berriasiano-Hauteriviano da mesma<br />

bacia), ocorrem Mawsonia e holósteos in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s. Na região <strong>de</strong> Rio Benito, na Guiné<br />

Equatorial, registra-se a ocorrência <strong>de</strong> clupeí<strong>de</strong>os e gonorhynchiformes. Fragmentos <strong>de</strong><br />

semionotí<strong>de</strong>os referi<strong>do</strong>s a Lepi<strong>do</strong>tes foram encontra<strong>do</strong>s no Barremiano das bacias <strong>de</strong><br />

Hama-Koussou e Mayo-Oulo-Lere, na República <strong>do</strong>s Camarões. Embora a paleoictiofauna<br />

da Formação Morro <strong>do</strong> Chaves já tenha si<strong>do</strong> analisada anteriormente, ainda não havia<br />

uma correlação <strong>de</strong>sta formação com outras unida<strong>de</strong>s litoestratigráficas <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong><br />

Brasil e noroeste da África, conforme a proposta pelo presente estu<strong>do</strong>. A presença <strong>de</strong><br />

amií<strong>de</strong>os (Calamopleurus) e aspi<strong>do</strong>rhynchí<strong>de</strong>os (Vinctifer) no Barremiano-Aptiano das<br />

bacias <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste brasileiro e noroeste africano sugere a presença <strong>de</strong>sses táxons na<br />

Formação Morro <strong>do</strong> Chaves, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à conexão que essas bacias tiveram no passa<strong>do</strong>.<br />

Paleovertebra<strong>do</strong>s

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