Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
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Paleontologia 173<br />
Análise tafonômica <strong>de</strong> Eremotherium laurillardi Lund, 1842 <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pósitos<br />
pleistocenos, município <strong>de</strong> Itaituba, Pará<br />
1<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Avenida Perimetral,<br />
1901, - Terra Firme - 66077-530, Belém, PA, Brasil.<br />
2<br />
Bolsista <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Capacitação Institucional (PCI).<br />
3<br />
Pesquisa<strong>do</strong>r CCTE/MPEG.<br />
4<br />
Departamento <strong>de</strong> Geologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Pará (UFPA), Rua Augusto Correa, 01 - Guamá - 66075-<br />
110, Belém, PA, Brasil.<br />
Denys José Xavier Ferreira 1,2 , Maria Inês Feijó Ramos 1,3 & Vladimir <strong>de</strong> Araújo Távora 4<br />
O presente trabalho trata <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> tafonômico da preguiça Eremotherium laurillardi<br />
Lund, 1842 encontrada em um sítio <strong>de</strong>posicional pleistocênico no município <strong>de</strong> Itaituba,<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará. O material estuda<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>, aproximadamente, oitocentas peças<br />
ósseas <strong>de</strong>sarticuladas, fragmentadas e não fragmentadas (sincrânio e pós-crânio) da<br />
preguiça terrícola <strong>de</strong>positadas no acervo paleontológico <strong>do</strong> Museu Paraense Emílio Goeldi.<br />
Na fase <strong>de</strong> bioestratinomia, foram analisadas tanto as feições sedimentológicas e<br />
estratigráficas quanto as bioestratinômicas. As primeiras revelaram que os bioclastos <strong>do</strong><br />
sedimento adjacente ao fóssil estavam fracamente empacota<strong>do</strong>s, apresentan<strong>do</strong> várias<br />
classes <strong>de</strong> tamanhos, indican<strong>do</strong> assim, ausência <strong>de</strong> seleção por transporte. Em termos<br />
bioestratinômicos, os restos ósseos mostram suas estruturas anatômicas tanto externas<br />
quanto internas conservadas, sugerin<strong>do</strong>, assim, a não exposição <strong>de</strong>sses bioclastos ao ciclo<br />
exógeno, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao rápi<strong>do</strong> soterramento. A concentração fossilífera é monotípica e<br />
monoespecífica, com morte catastrófica (não-seletiva) por soterramento brusco. O<br />
soterramento ocorreu antes da necrólise e os vestígios <strong>de</strong> abrasão e <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong>s restos<br />
esqueléticos são ínfimos e/ou inexistentes, atestan<strong>do</strong> a ausência <strong>de</strong> transporte.<br />
Entretanto, a <strong>de</strong>sarticulação e fragmentação po<strong>de</strong>m ter ocorri<strong>do</strong>s pela <strong>de</strong>posição das<br />
camadas acima a estes ossos, durante a compactação e sedimentação <strong>do</strong> sedimento<br />
matriz e/ou <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao soterramento por fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos <strong>de</strong> alta energia. Feições <strong>de</strong><br />
bioerosão, também, não foram i<strong>de</strong>ntificadas. A não preservação <strong>de</strong> partes moles nas<br />
carcaças revela que a necrólise ocorreu em meio aeróbio. Entretanto, a presença <strong>de</strong> pirita,<br />
<strong>de</strong> forma parcial e pontuada nos forâmens e canais <strong>de</strong> uma costela e <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte<br />
analisa<strong>do</strong>s, revelaram que, possivelmente, tenha se estabeleci<strong>do</strong> um microambiente<br />
redutor (anaeróbio) ao re<strong>do</strong>r das carcaças. No estu<strong>do</strong> fossildiagenético, as análises<br />
realizadas em amostras unitárias <strong>de</strong> costela, <strong>de</strong>nte e vértebra, as quais foram realizadas<br />
sob microscopias óptica e eletrônica <strong>de</strong> varredura, revelaram que as estruturas ósseas e<br />
<strong>de</strong>ntárias, como canais <strong>de</strong> Havers e túbulos <strong>de</strong>ntinários, respectivamente, mantiveram-se<br />
bem preservadas. Análises através <strong>de</strong> <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> espectrometria por energia dispersiva<br />
(EDS - Energy Dispersive Spectroscopy) nessas amostras permitiram verificar que a sua<br />
composição química original permanece inalterada, manten<strong>do</strong>-se com os compostos<br />
principais, como o Ca, P, além <strong>de</strong> Mg, K e Na.<br />
E-mails: vladimir@ufpa.br, mramos@museu-goeldi.br<br />
Paleovertebra<strong>do</strong>s