Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
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Paleontologia 198<br />
Um novo traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>o (Synapsida, Eucyno<strong>do</strong>ntia) <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>do</strong> Sul,<br />
Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Brasil (Formação Santa Maria, Triássico Médio)<br />
1 Departamento <strong>de</strong> Paleontologia e Estratigrafia, Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> Sul (UFRGS), Campus <strong>do</strong> Vale, Avenida Bento Gonçalves, 9500, Caixa postal 15001, 91501-970, Porto<br />
Alegre, RS, Brasil.<br />
2 Bolsista <strong>de</strong> Iniciação Científica BIC/UFRGS.<br />
3 Bolsista <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong> CNPq.<br />
E-mail: marina.soares@ufrgs.br<br />
Tomaz Panceri Melo 1,2 , Marina Bento Soares 1 & Téo Veiga <strong>de</strong> Oliveira 1,3<br />
A paleofauna <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>do</strong> Sul (Triássico Médio) é <strong>do</strong>minada por cino<strong>do</strong>ntes<br />
traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os, caracterizan<strong>do</strong> a assim chamada Biozona <strong>de</strong> Traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os.<br />
Também é registra<strong>do</strong> um arcossauriforme proterocâmpsio e <strong>do</strong>is cino<strong>do</strong>ntes com <strong>de</strong>ntição<br />
setorial (possivelmente chiniquo<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os). No que se refere aos traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os, além<br />
<strong>de</strong> Santacruzo<strong>do</strong>n hopsoni Abdala & Ribeiro, 2003, estão representa<strong>do</strong>s, pelo menos,<br />
outros quatro táxons, <strong>de</strong>scritos apenas preliminarmente. Alguns <strong>de</strong>stes exibem uma<br />
mistura <strong>de</strong> caracteres que os vinculam a táxons argentinos, tanto da Formação Chañares<br />
(Ladiniano) (e.g. Massetognathus), quanto da Formação Ischigualasto (Carniano) (e.g.<br />
Exaereto<strong>do</strong>n), e também permitem uma certa correlação com a paleofauna Isalo II (e.g.<br />
Dada<strong>do</strong>n e Mena<strong>do</strong>n), <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Neoladiniana/Eocarniana, <strong>de</strong> Madagascar. O novo<br />
traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>o aqui reporta<strong>do</strong> é representa<strong>do</strong> por um crânio praticamente completo<br />
(UFRGS-PV1164T), uma mandíbula sem os ossos pós-<strong>de</strong>ntários, um maxilar direito e um<br />
pré-maxilar esquer<strong>do</strong> (estes três últimos elementos numera<strong>do</strong>s como UFRGS-PV1165T). O<br />
crânio é alto, com um comprimento basal <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 21cm. As barras internarial e pósorbital<br />
são completas. O arco zigomático é alto, sem qualquer evidência <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong><br />
processo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> jugal, embora em sua região posterior haja uma projeção<br />
recobrin<strong>do</strong> antero-lateralmente quadra<strong>do</strong> e quadra<strong>do</strong>-jugal. As cristas sagital e<br />
lambdói<strong>de</strong>as são bastante pronunciadas e a confluência <strong>de</strong>stas últimas com o respectivo<br />
arco zigomático é marcada por um entalhe em forma <strong>de</strong> “V”, melhor observa<strong>do</strong> em norma<br />
occipital. A plataforma lateral <strong>do</strong> maxilar (“maxillary bulge”) é menos <strong>de</strong>senvolvida que a<br />
maioria <strong>do</strong>s traverso<strong>do</strong>ntí<strong>de</strong>os, embora isto se <strong>de</strong>va em parte ao fato <strong>de</strong> o crânio ser mais<br />
alto e estreito que o <strong>de</strong>stes animais. O palato secundário, bem forma<strong>do</strong>, alcança o nível <strong>do</strong><br />
terceiro pós-canino. No palato primário, as bem <strong>de</strong>senvolvidas cristas pterigopalatinas<br />
alcançam o basisfenói<strong>de</strong>. O forame pterigoparoccipital é fecha<strong>do</strong> pelo proótico. O <strong>de</strong>ntário<br />
tem cerca <strong>de</strong> 18cm <strong>de</strong> comprimento total. Seu processo coronói<strong>de</strong> é bem pronuncia<strong>do</strong> e<br />
sua margem anterior recobriria lateralmente o último pós-canino. A fossa massetérica,<br />
bem <strong>de</strong>senvolvida, inicia-se ao nível <strong>do</strong> quarto pós-canino. O processo angular é bem<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>. A fórmula <strong>de</strong>ntária craniana é 4I-1C-5PC. Os incisivos não foram preserva<strong>do</strong>s,<br />
mas, pela orientação <strong>do</strong>s alvéolos, po<strong>de</strong>-se inferir que não eram procumbentes. O canino<br />
é bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>. Os pós-caninos são pouco imbrica<strong>do</strong>s (i.e. têm pouco “shoul<strong>de</strong>ring”)<br />
e têm um contorno quadrangular em norma oclusal, com duas cúspi<strong>de</strong>s mesiais e duas<br />
distais. Um diastema está situa<strong>do</strong> entre o canino e o primeiro pós-canino, sen<strong>do</strong> este<br />
<strong>de</strong>nte bem menor que os subseqüentes. Ao nível <strong>de</strong>ste diastema, o crânio exibe uma<br />
acentuada constrição. Os <strong>de</strong>ntes mandibulares não foram preserva<strong>do</strong>s, mas a fórmula<br />
<strong>de</strong>ntária inferida pelos alvéolos é 3i-1c-6pc, sem sinal <strong>de</strong> diastema. Pelo tamanho <strong>do</strong>s<br />
alvéolos, o primeiro e o sexto pós-caninos apresentavam tamanho reduzi<strong>do</strong>. O novo táxon<br />
foi incluí<strong>do</strong> em uma análise cladística baseada em uma matriz composta por 44 caracteres<br />
e 19 táxons, utilizan<strong>do</strong> o software NONA, versão 2.0. A análise cladística produziu 5<br />
árvores mais parcimoniosas (IC=0,54 e L=109), nas quais aparece como grupo-irmão <strong>do</strong><br />
cla<strong>do</strong> Exaereto<strong>do</strong>n + Scaleno<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>s, em posição menos basal que Mena<strong>do</strong>n.<br />
Paleovertebra<strong>do</strong>s