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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 185<br />

Análise tafonômica <strong>de</strong> Testudines, Mioceno Superior<br />

<strong>do</strong> Alto Juruá, Acre<br />

Jan<strong>de</strong>rson <strong>de</strong> Oliveira Gomes 1 , Juliana Souza Ferreira 1,2 , Karen Adami Rodrigues 1 ,<br />

Francisco Ricar<strong>do</strong> Negri 3 , Annie Schmaltz Hsiou 4 & Nei Ahrens Haag 1<br />

Recentemente, estu<strong>do</strong>s na Formação Solimões e mais especificamente no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Acre,<br />

possibilitaram o estabelecimento <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los geológicos que estão proporcionan<strong>do</strong><br />

um melhor entendimento da paleontologia regional. Sobre os fósseis, os vertebra<strong>do</strong>s têm<br />

si<strong>do</strong> os mais estuda<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> eles atribuí<strong>do</strong>s a ida<strong>de</strong> Mioceno superior. A Bacia <strong>do</strong> Acre<br />

<strong>de</strong>staca-se por apresentar um rico registro fóssil que inclui uma alta diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

répteis, que inclui gran<strong>de</strong>s crocodilomorfos e tartarugas. As espécies fósseis <strong>de</strong> tartarugas<br />

coletadas nesta região correspon<strong>de</strong>m na sua maioria, aos aquáticos Po<strong>do</strong>cnemididae e<br />

Chelidae, além da ocorrência <strong>do</strong>s terrestres Testudinidae. Chelí<strong>de</strong>os estão representa<strong>do</strong>s<br />

por duas espécies <strong>do</strong> gênero Chelus (C. lewisi e C. colombianus), além <strong>de</strong> restos<br />

in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s. Os Po<strong>do</strong>cnemididae foram atribuí<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is gêneros, Po<strong>do</strong>cnemis (P.<br />

negrii) e Stupen<strong>de</strong>mys (S. souzai e S. geographicus), com alguns registros adicionais,<br />

cujas atribuições taxonômicas ainda continuam incertas. Trabalhos <strong>de</strong> campo<br />

recentemente realiza<strong>do</strong>s no Alto Rio Juruá contribuíram com mais informações sobre a<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies, bem como estu<strong>do</strong>s sobre processos tafonômicos inéditos para os<br />

Testudines fósseis da Formação Solimões. A localida<strong>de</strong> fossílifera Fazenda Paraguá,<br />

<strong>de</strong>scoberta durante a expedição <strong>de</strong> 2008, na Reserva Extrativista <strong>do</strong> Alto Juruá, registra<br />

uma diversificada paleofauna bem preservada. Esta localida<strong>de</strong> caracteriza-se pela<br />

presença <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fósseis, entre eles, <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> crocodilianos, fragmentos <strong>de</strong><br />

ossos longos (in situ), fragmentos <strong>de</strong> cintura pélvica(?), placas <strong>de</strong> Glipto<strong>do</strong>ntidae,<br />

Astrapotheria, <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Lepi<strong>do</strong>siren(?), mandíbula <strong>de</strong> Toxo<strong>do</strong>ntidae, Testudines (in situ)<br />

e troncos <strong>de</strong> vegetais rola<strong>do</strong>s. O estu<strong>do</strong> tafonômico <strong>do</strong> material coleta<strong>do</strong>, resultou na<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um evento inédito na região, pela presença <strong>de</strong> uma assembléia fossilífera<br />

encontrada no nível on<strong>de</strong> estão dispostos plastrão e carapaça, <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s em posição <strong>de</strong><br />

linha <strong>de</strong> praia sob mesma orientação <strong>de</strong> soterramento, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se conservação in<br />

situ. Os sedimentos aflorantes indicam uma associação <strong>de</strong> baixa energia, composta por<br />

argila ver<strong>de</strong> a cinza-esver<strong>de</strong>ada, cujos sedimentos exibem finas laminações, que são<br />

atribuídas a um ambiente flúvio-lacustre-palustre. Os fósseis foram encontra<strong>do</strong>s em<br />

ritimito síltico-argiloso, sugerin<strong>do</strong> que a morte ocorreu na planície <strong>de</strong> inundação adjacente<br />

a um canal fluvial. A <strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong>s esqueletos indica que os mesmos sofreram pouco<br />

transporte antes <strong>de</strong> serem soterra<strong>do</strong>s. Na análise tafonômica <strong>de</strong> Testudines, foram<br />

observadas a posição <strong>de</strong> soterramento, os sedimentos, o tipo <strong>de</strong> fossilização, a disposição<br />

<strong>do</strong>s indivíduos no paleoambiente e a fauna associada. Eventos <strong>de</strong> soterramento rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

alta energia são explica<strong>do</strong>s pela tafonomia <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a observação <strong>de</strong> inversão <strong>de</strong><br />

concavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturas <strong>do</strong> esqueleto. Pela análise, os Testudines sofreram<br />

soterramento rápi<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> preserva<strong>do</strong>s em posição <strong>de</strong> vida. No entanto, observa-se que<br />

durante o evento to<strong>do</strong>s os indivíduos tiveram sua posição invertida, ou seja, carapaça<br />

voltada para baixo, na mesma direção e posição. Apoio: CNPq, Petrobras. Paleovertebra<strong>do</strong>s<br />

¹Laboratório <strong>de</strong> Paleontologia, Centro Multidisciplinar, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Acre (UFAC), Campus Floresta,<br />

Cruzeiro <strong>do</strong> Sul, Acre, Brasil.<br />

2 Bolsista PIBIC.<br />

3 Laboratório <strong>de</strong> Paleontologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Pará (UFPA), Campus Altamira, Altamira, Pará, Brasil.<br />

4 Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul (UFRGS), Seção <strong>de</strong><br />

Paleontologia, Museu <strong>de</strong> Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Rua Dr. Salva<strong>do</strong>r<br />

França, 1427 - Jardim Botânico - 90690-000, Porto Alegre, RS, Brasil.<br />

E-mails: julianapaleo@hotmail.com, karen@pq.cnpq.br, frnegri@ufpa.br, nei.meco@gmail.com

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