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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 99<br />

Prováveis megafósseis <strong>de</strong> Nelumbonaceae no paleolago Oligoceno<br />

Tremembé, da Bacia <strong>de</strong> Taubaté, SP, Brasil<br />

Edjoel Carvalho Veiga 1 , Sandra Mune 2 & Mary E. C. Bernar<strong>de</strong>s-<strong>de</strong>-Oliveira 1,2,3<br />

Nelumbonáceas são ervas aquáticas perenes, <strong>de</strong> caules rizomatosos, com folhas<br />

orbiculares, côncavas, peltadas, emergentes, <strong>de</strong> venação actinódroma, ou seja, com várias<br />

primárias irradiantes <strong>do</strong> pecíolo longo e espesso. Apresentam flores bissexuadas, gran<strong>de</strong>s<br />

e emergentes sobre igualmente longos e espessos pedicelos cujos ápices terminam como<br />

um receptáculo com pistilos afunda<strong>do</strong>s, que aumenta <strong>de</strong> tamanho após fecundação e dá<br />

origem a um agrega<strong>do</strong> cônico <strong>de</strong> frutos (fruto sincárpico) ou <strong>de</strong> nozes imersas em sua<br />

superfície superior. Suas pétalas são numerosas, côncavas, obovadas, obtusas e<br />

imbricadas na base. Seus estames são filói<strong>de</strong>s, com anteras adnatas. Colocada,<br />

anteriormente, entre as Nymphaeales, esta família é hoje consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> cla<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

eudicotiledôneas da Or<strong>de</strong>m Proteales. Entre os elementos da assembléia fitofossilífera <strong>do</strong><br />

folhelho pirobetuminoso, aflorante no km. 11 da SP-123, da Formação Tremembé, Bacia<br />

<strong>de</strong> Taubaté, um espécime foi, anteriormente (Bernar<strong>de</strong>s-<strong>de</strong>-Oliveira et al. 2002, Sítios<br />

Geológicos e Paleontológicos <strong>do</strong> Brasil, p. 61, Fig. 5h), i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como aff.<br />

Nymphaeaceae. Em mais atento exame, foi constata<strong>do</strong> que sua venação <strong>de</strong> provável<br />

disposição actinódroma, com veias secundárias percorrentes opostas e alternas o<br />

aproximam <strong>de</strong> Nelumbonaceae e afastam-no <strong>de</strong> Nymphaeaceae. Complementarmente, em<br />

material incarboniza<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo afloramento, há um eixo pedicelar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> calibre,<br />

estria<strong>do</strong>, <strong>de</strong> área apical, aci<strong>de</strong>ntalmente, encurva<strong>do</strong>, durante o processo tafonômico.<br />

Sustenta em seu topo uma flor, que exibe sobre suas pétalas oblongas <strong>de</strong> 65 mm <strong>de</strong><br />

comprimento ou folha <strong>de</strong> veias primárias divergentes fortes, com secundárias<br />

percorrentes, um provável receptáculo cônico, ainda jovem, encurva<strong>do</strong> em relação ao eixo<br />

pedicelar. Este receptáculo me<strong>de</strong> 20 mm <strong>de</strong> comprimento por 18 mm <strong>de</strong> diâmetro, em sua<br />

porção distal mais larga. Seu pedicelo, apesar <strong>de</strong> fratura<strong>do</strong>, apresenta dimensões<br />

superiores a 100 mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a porção basal preservada, on<strong>de</strong> tem 15 mm<br />

<strong>de</strong> largura, afilan<strong>do</strong> para 10 mm, na área mais apical. Sobre a superfície plana <strong>do</strong><br />

receptáculo cônico, estão imersos prováveis pistilos ou corpúsculos arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 1 mm a 1,9 mm. Até o momento, seu estu<strong>do</strong> foi apenas sob microscopia óptica,<br />

entretanto, sua análise sob fluorescência foi iniciada e sob MEV está programada, ten<strong>do</strong><br />

em vista observação <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes cuticulares. As nelumbonáceas tiveram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

Neocretáceo até o Neógeno, uma distribuição, relativamente, cosmopolita e a atual está<br />

restrita a América <strong>do</strong> Norte, Ásia, Austrália e área caribenha, com apenas duas espécies<br />

(uma oriental e outra oci<strong>de</strong>ntal). Este fato po<strong>de</strong> ser resultante <strong>de</strong> vicariância. Embora essa<br />

família não seja encontrada, atualmente, no Brasil, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua existência, no<br />

paleolago oligoceno, cuja sedimentação teria da<strong>do</strong> origem aos <strong>de</strong>pósitos da Formação<br />

Tremembé, po<strong>de</strong> ser corroborada por sua presença na Patagônia, durante o Neocretáceo,<br />

e atual na Colômbia.<br />

1 Mestra<strong>do</strong> em Análise Geoambiental, Centro <strong>de</strong> Pós-graduação, Pesquisa, Universida<strong>de</strong> Guarulhos (UnG),<br />

Praça Teresa Cristina, 1 - Centro - 07023-070, Guarulhos, SP, Brasil.<br />

2 Laboratório <strong>de</strong> Paleobotânica, Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Geoquímica e Geotectônica, Instituto <strong>de</strong><br />

Geociências, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP), Rua <strong>do</strong> Lago, 562 – Butantã - 05508-080, São Paulo, SP, Brasil.<br />

3 Bolsista <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong> em Pesquisa <strong>do</strong> CNPq.<br />

E-mails: edjoel@itelefonica.com.br, smune@hotmail.com, maryeliz@usp.br<br />

Paleobotânica

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