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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 38<br />

Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos e análise isotópica em um<br />

testemunho da Bacia <strong>de</strong> Santos<br />

Fabiane Sayuri Iwai 1,2,3 , Felipe A. L. Tole<strong>do</strong> 1 & Karen Badaraco Costa 1<br />

Os foraminíferos planctônicos têm gran<strong>de</strong> aplicação na reconstituição climática, já que são<br />

organismos abundantes e <strong>de</strong> ampla distribuição espacial e temporal. Eles são organismos<br />

que possuem alta sensibilida<strong>de</strong> às mudanças ambientais. As oscilações climáticas ocorridas<br />

no passa<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m, então, ser i<strong>de</strong>ntificadas no registro fóssil através <strong>de</strong>stes organismos.<br />

Existe um crescente interesse sobre a reconstituição paleoceanográfica <strong>do</strong> Atlântico Sul<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu papel na circulação termohalina global. O presente estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> em<br />

sedimentos obti<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> um testemunho (KF-H) na Bacia <strong>de</strong> Santos. A coleta <strong>do</strong><br />

testemunho foi realizada sob as coor<strong>de</strong>nadas 24º31‟48”S; 42º32‟24”W a uma<br />

profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.695 metros <strong>de</strong> lâmina d‟água. O testemunho recuperou 4,13 metros <strong>de</strong><br />

sedimentos, os quais foram amostra<strong>do</strong>s a cada 10cm, totalizan<strong>do</strong> 40 amostras. Através <strong>de</strong><br />

análises faunal e isotópicas <strong>de</strong> carbono e oxigênio em foraminíferos planctônicos foram<br />

realizadas inferências sobre as variações climáticas nos últimos 30.000 anos. A análise<br />

faunal <strong>do</strong> testemunho foi baseada nas espécies <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos Globorotalia<br />

menardii, Globigerinoi<strong>de</strong>s ruber, Globigerina bulloi<strong>de</strong>s, Globorotalia truncatulinoi<strong>de</strong>s,<br />

Neogloboquadrina dutertrei e Globorotalia inflata. As análises isotópicas <strong>de</strong> carbono e<br />

oxigênio foram efetuadas nas testas <strong>de</strong> G. ruber (white). O intervalo recupera<strong>do</strong> pelo<br />

testemunho KF-H compreen<strong>de</strong> o Holoceno e parte <strong>do</strong> último perío<strong>do</strong> glacial, sen<strong>do</strong><br />

possível observar a presença <strong>do</strong> Último Máximo Glacial (UMG). A partir da bioestratigrafia,<br />

baseada na espécie G. menardii, foi possível i<strong>de</strong>ntificar o limite entre o Pleistoceno e o<br />

Holoceno. A espécie G. ruber foi o organismo pre<strong>do</strong>minante, sen<strong>do</strong> a sua ocorrência<br />

inversa à da espécie G. bulloi<strong>de</strong>s. A curva da freqüência da espécie G. menardii é a que<br />

apresenta mudança <strong>de</strong> comportamento mais marca<strong>do</strong> em resposta às variabilida<strong>de</strong>s<br />

climáticas, sen<strong>do</strong> o limite Pleistoceno/Holoceno i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> pela ausência/presença <strong>de</strong>sta<br />

espécie. Apesar <strong>de</strong> não apresentar uma resposta tão clara quanto a G. menardii, a espécie<br />

G. inflata apresenta um claro limite entre os <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s. A espécie N. dutertrei não<br />

apresenta uma resposta clara às variações climáticas, porém a sua curva apresenta a<br />

mesma tendência da G. inflata <strong>de</strong> redução em direção ao Holoceno. A razão entre<br />

indivíduos <strong>de</strong>xtrais e levógiros da espécie G. truncatulinoi<strong>de</strong>s também se mostrou um bom<br />

marca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> limite entre perío<strong>do</strong>s frios e quentes. As variações <strong>de</strong> temperatura<br />

encontradas a partir das análises faunísticas apresentam boa correlação à curva isotópica<br />

<strong>de</strong> oxigênio. As espécies N. dutertrei, G. truncatulinoi<strong>de</strong>s, G. ruber e G. bulloi<strong>de</strong>s<br />

apresentaram forte correlação à curva isotópica <strong>de</strong> carbono e, portanto, à disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nutrientes. A variação <strong>de</strong>stas espécies e o comportamento da curva isotópica <strong>de</strong><br />

carbono indicam um incremento na produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Oceano Atlântico Sul na transição<br />

entre o Pleistoceno e o Holoceno. Através da análise faunal <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos<br />

é possível i<strong>de</strong>ntificar as mudanças climáticas ocorridas ao longo <strong>do</strong> tempo, e nota-se que<br />

as principais variações ocorreram no limite Pleistoceno/Holoceno. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sse<br />

estu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m contribuir para a compreensão <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Oceano Atlântico Sul na<br />

circulação global.<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Paleoceanografia <strong>do</strong> Atlântico Sul, Instituto Oceanográfico, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />

Praça <strong>do</strong> Oceanográfico, 191 - Cida<strong>de</strong> Universitária - 05508-120, São Paulo, SP, Brasil.<br />

²Bolsista <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> CNPq.<br />

3 Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>de</strong> Oceanografia Química e Geológica, USP.<br />

E-mails: ftole<strong>do</strong>@usp.br, karen.costa@usp.br<br />

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