Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
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Paleontologia 141<br />
Tubos fósseis <strong>de</strong> poliquetas <strong>do</strong> Membro Angico,<br />
Formação Riachuelo, Bacia <strong>de</strong> Sergipe<br />
1 Departamento <strong>de</strong> Biologia, Centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas e da Saú<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe (UFS),<br />
Cida<strong>de</strong> Universitária, Campus Prof. José Aloísio <strong>de</strong> Campos - Jardim Rosa Elze - 49100-000, São Cristóvão, SE,<br />
Brasil.<br />
E-mails: zucon@ufs.br, leobioufs@hotmail.com<br />
Maria Helena Zucon 1 & Leonar<strong>do</strong> Ferreira <strong>de</strong> Almeida 1<br />
Tubos fossiliza<strong>do</strong>s atribuí<strong>do</strong>s aos representantes da família Serpulidae - classe Polychaeta<br />
– filo Annelida - são encontra<strong>do</strong>s em rochas <strong>do</strong> Membro Angico, Formação Riachuelo,<br />
Bacia <strong>de</strong> Sergipe. Os serpulí<strong>de</strong>os compreen<strong>de</strong>m poliquetas que fabricam tubos calcários,<br />
sen<strong>do</strong> que estas estruturas estão relacionadas à morfologia e ao hábito suspensívoro<br />
<strong>de</strong>stes vermes, servin<strong>do</strong> como habitação e proteção, além <strong>de</strong> proporcionar acesso à água<br />
limpa e oxigenada. O objetivo <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>terminar a taxonomia em nível<br />
genérico <strong>do</strong>s serpulí<strong>de</strong>os construtores <strong>do</strong>s tubos fósseis que ocorrem em camadas <strong>do</strong><br />
afloramento Porto <strong>do</strong>s Barcos 2. Este afloramento é representa<strong>do</strong> por uma espessa<br />
exposição <strong>de</strong> siltito argiloso amarelo, localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Riachuelo, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Sergipe. O trabalho teve como objetivos específicos realizar análises tafonômicas,<br />
paleoecológicas e paleoambientais, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração a fauna associada. Para<br />
tanto, foram analisa<strong>do</strong>s sessenta exemplares <strong>de</strong> tubos, obten<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s morfométricos<br />
como diâmetro, espessura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> e extensão. Foram analisadas feições<br />
sedimentológicas, bioestratinômicas e paleoecológicas, além da i<strong>de</strong>ntificação da fauna<br />
associada. O estu<strong>do</strong> permitiu classificar o organismo forma<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s tubos como<br />
representantes <strong>do</strong> gênero Serpulites Blumembach, 1803. Os tubos são cilíndricos ou<br />
subcilíndricos, retos ou arquea<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que não se ramificam nem se interpenetram,<br />
estan<strong>do</strong> dispersos <strong>de</strong> forma aleatória no sedimento argiloso. Desta forma, seus<br />
organismos forma<strong>do</strong>res atuam como bons indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>,<br />
caracterizan<strong>do</strong>-se como poliquetas epibentônicos. Os tubos apresentam uma variação no<br />
tamanho <strong>de</strong> 1,0 mm a 3,6 cm, enquanto seu diâmetro é <strong>de</strong> 1,0 a 4,0 mm. A fauna<br />
associada i<strong>de</strong>ntificada é representada por biválvios, gastrópo<strong>de</strong>s, amonói<strong>de</strong>s e equinói<strong>de</strong>s.<br />
Os biválvios ostreí<strong>de</strong>os, pectiní<strong>de</strong>os e trigoní<strong>de</strong>os, assim como gastrópo<strong>de</strong>s turritelí<strong>de</strong>os,<br />
além da presença <strong>do</strong>s próprios serpulí<strong>de</strong>os, contribuíram na interpretação paleoambiental,<br />
revelan<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> mares rasos, com águas claras e bem oxigenadas. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, os amonói<strong>de</strong>s Aioloceras, Cleoniceras, Eo<strong>do</strong>uvileiceras e Vectisites permitem<br />
estabelecer um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição entre Aptiano Superior e o Albiano Inferior, para esta<br />
localida<strong>de</strong>. Análises tafonômicas apontam que a distribuição <strong>do</strong>s serpulí<strong>de</strong>os e <strong>do</strong>s grupos<br />
associa<strong>do</strong>s é concordante, uma vez que se dispõem paralelamente ou subparalelamente<br />
ao plano <strong>de</strong> acamamento. A concentração fossilífera é politípica e poliespecífica. Tanto a<br />
alta concentração <strong>de</strong> tubos quanto sua heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disposição e distribuição sobre<br />
as camadas indicam que essas estruturas biogênicas sofreram transporte <strong>de</strong> curto alcance,<br />
indican<strong>do</strong> condições <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> no paleoambiente. As evidências <strong>de</strong> fragmentação,<br />
abrasão e <strong>de</strong>sarticulação em muitos bioclastos corroboram com tal instabilida<strong>de</strong>,<br />
característica <strong>de</strong> águas rasas bem agitadas. Inferências paleoambientais indicam que a<br />
localida<strong>de</strong> Porto <strong>do</strong>s Barcos 2, pertencente ao Membro Angico da Formação Riachuelo,<br />
compreen<strong>de</strong>u, durante o Aptiano superior e Albiano inferior, um ambiente costeiro raso<br />
com águas claras, com alta taxa <strong>de</strong> oxigênio e nutrientes, bem como com boa circulação e<br />
alta energia, sen<strong>do</strong> habitada por fauna abundante composta por varia<strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong><br />
invertebra<strong>do</strong>s bentônicos e vágeis.<br />
Paleoinvertebra<strong>do</strong>s<br />
Paleoinvertebra<strong>do</strong>s