18.06.2013 Views

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Paleontologia 59<br />

Utilização <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> variações<br />

paleoceanográficas durante o Holoceno na porção oeste <strong>do</strong> Atlântico Sul<br />

Ana Cláudia Aoki Santarosa 1,2 , Felipe A. L. Tole<strong>do</strong> 1 & Karen Badaraco Costa 1<br />

Diversos estu<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s sobre estimativas <strong>de</strong> mudanças climáticas, utilizan<strong>do</strong> a<br />

variação na composição das assembléias <strong>de</strong> foraminíferos. Em alguns intervalos específicos<br />

<strong>de</strong> tempo, o <strong>de</strong>saparecimento local <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas espécies po<strong>de</strong> ser relaciona<strong>do</strong> às<br />

variações nos eventos climáticos. Esta relação aparecimento/<strong>de</strong>saparecimento é a mais<br />

utilizada nos estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s foraminíferos planctônicos no Quaternário, pois <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu<br />

curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração não se observa evolução nas espécies <strong>de</strong> foraminíferos<br />

planctônicos, sen<strong>do</strong> que a maneira que diversos autores encontraram para subdividi-lo foi<br />

com relação às mudanças ambientais, às quais alguns foraminíferos são sensíveis. O<br />

testemunho coleta<strong>do</strong> na Bacia <strong>de</strong> Santos possui 4,8 metros e está totalmente inseri<strong>do</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> Holoceno, apresentan<strong>do</strong>, portanto alta resolução estratigráfica. Um total <strong>de</strong> 108<br />

amostras foram selecionadas para a aplicação <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s clássicos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />

mudanças climáticas pós-pliocênicas. Com base nas variações <strong>de</strong> freqüência e no<br />

comportamento <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos indica<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> águas quentes e<br />

frias, estabeleceu-se a bioestratigrafia <strong>do</strong> testemunho. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> isótopos <strong>de</strong> oxigênio <strong>do</strong><br />

foraminífero planctônico Globigerinoi<strong>de</strong>s ruber branca, presente ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

testemunho, foram utiliza<strong>do</strong>s para maior <strong>de</strong>talhamento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s foraminíferos foi feita segun<strong>do</strong> taxonomia utilizada na década <strong>de</strong> 1980, por<br />

C. Hemleben e colabora<strong>do</strong>res. As principais espécies encontradas foram: Globorotalia<br />

menardii, Globigerinoi<strong>de</strong>s ruber (branca e rosa), Globigerina bulloi<strong>de</strong>s, Globigerinoi<strong>de</strong>s<br />

sacculifer (com saco e sem saco), Globigerinoi<strong>de</strong>s conglobatus, Globorotalia<br />

truncatulinoi<strong>de</strong>s, Orbulina universa, Globorotalia crassaformis, Globigerinita glutinata,<br />

Globorotalia inflata, Neogloboquadrina dutertrei e Pulleniatina obliquiloculata. A espécie G.<br />

ruber (branca) foi <strong>do</strong>minante ao longo <strong>de</strong> toda a seção, apresentan<strong>do</strong> as maiores<br />

freqüências. A diminuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> isótopos <strong>de</strong> oxigênio e aumento da freqüência das<br />

menardiformes em direção ao topo <strong>do</strong> testemunho mostram o restabelecimento <strong>de</strong><br />

condições mais estáveis neste perío<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> são observadas maiores temperaturas e<br />

menores salinida<strong>de</strong>s superficiais. Da base <strong>do</strong> testemunho até os 3 metros nota-se a total<br />

ausência <strong>do</strong> complexo menardiforme e as maiores porcentagens das espécies típicas <strong>de</strong><br />

águas mais frias, Globorotalia truncatulinoi<strong>de</strong>s e Globorotalia inflata, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> este intervalo<br />

<strong>de</strong> tempo correspon<strong>de</strong>r ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> resfriamento anômalo <strong>do</strong> clima global durante o<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>glaciação, conheci<strong>do</strong> como Younger Dryas.<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Paleoceanografia <strong>do</strong> Atlântico Sul, Instituto Oceanográfico, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />

Praça <strong>do</strong> Oceanográfico, 191 - Cida<strong>de</strong> Universitária - 05508-120, São Paulo, SP, Brasil.<br />

2 Bolsista CAPES.<br />

E-mails: ftole<strong>do</strong>@usp.br, karen.costa@usp.br<br />

Micropaleontologia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!