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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 81<br />

Formação Entre-Córregos: Uma diversificada ocorrência <strong>de</strong> mirtáceas no<br />

Paleógeno da Bacia <strong>de</strong> Aiuruoca, su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Minas Gerais, Brasil<br />

Maria Cristina <strong>de</strong> Castro-Fernan<strong>de</strong>s 1,2 , Mary E. C. Bernar<strong>de</strong>s-<strong>de</strong>-Oliveira 1,3,4 & Maria Judite Garcia 1<br />

Este trabalho tem por objetivo apresentar as Myrtaceae i<strong>de</strong>ntificadas na tafoflora da<br />

Formação Entre-Córregos (Eoceno-Oligoceno da Bacia <strong>de</strong> Aiuruoca, su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais). Embora haja ocorrências mais antigas, esta é a primeira, no Brasil, com maior<br />

diversificação <strong>de</strong> mirtáceas, apresentadas na forma <strong>de</strong> fitofósseis foliares <strong>do</strong>s gêneros<br />

Campomanesia, Eugenia, Myrciaria e Psidium. Atualmente, esta família conta com 23<br />

gêneros e cerca <strong>de</strong> 1.000 espécies brasileiras. Trata-se <strong>de</strong> um táxon pantropical a<br />

subtropical com <strong>do</strong>is centros <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, um na província neotropical e outro, na<br />

australiana, ocorren<strong>do</strong> em diferentes condições ambientais: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> florestas até<br />

restingas. As mirtáceas são perenifólias a <strong>de</strong>cíduas, heliófitas a esciófitas, e xerófitas a<br />

higrófitas e no território brasileiro são características das florestas pluviais Amazônica, da<br />

Mata Atlântica e <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>. No Brasil seu <strong>do</strong>cumentário fossilífero mais seguro inicia-se<br />

no Paleoceno da Formação Maria Farinha (PE) e Formação Itaboraí (RJ), com o gênero<br />

Psidium e, posteriormente, aparece no Eoceno médio a superior, da Formação Gandarela<br />

(MG), com o gênero Myrciaria. A partir daí, surge uma flora mais diversificada no registro<br />

da Formação Entre-Córregos (MG), <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Eoceno-Oligoceno Os sedimentos<br />

oligocênicos da Formação Tremembé (Bacia <strong>de</strong> Taubaté) e Formação Itaquaquecetuba<br />

(Bacia <strong>de</strong> São Paulo), <strong>do</strong>cumentam a presença <strong>do</strong>s gêneros Eugenia, Myrcia, Psidium e<br />

Myrtifolium. No Mioceno as mirtáceas são registradas na Formação Rio Claro (Vargem<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, SP) e compreen<strong>de</strong>m: Psidium, Myrcia, Calypthrantes, Eugenia e Gomi<strong>de</strong>sia.<br />

Neste mesmo perío<strong>do</strong> Myrcia ainda ocorre na Formação Pirabas (Capanema, PA). No<br />

Plioceno <strong>de</strong> Maraú (BA) e Pedrão (BA) ocorrem Psidium, Myrcia e Calypthrantes enquanto<br />

em Alagoinhas (BA) ocorre também Myrcia. A Formação Entre-Córregos, aqui enfocada, é<br />

constituída <strong>de</strong> folhelhos papiráceos <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s sob condições lacustres redutoras. Seu<br />

registro macrofitofossilífero constitui-se <strong>de</strong> impressões e compressões foliares. A partir <strong>de</strong><br />

observações sob estereomicroscopia óptica, fotografias e <strong>de</strong>senhos em câmara clara as<br />

arquiteturas foliares <strong>do</strong>s gêneros <strong>de</strong> mirtáceas fósseis são <strong>de</strong>scritas e comparadas com<br />

seus relativos atuais. As formas atuais relacionadas são <strong>do</strong>tadas <strong>de</strong> folhas micrófilas, <strong>de</strong><br />

margem inteira, ápice geralmente agu<strong>do</strong>, às vezes, emargina<strong>do</strong>, e <strong>de</strong> hábitos higrófilos,<br />

heliófitos, nanofanerofíticos (até 5m <strong>de</strong> altura: Psidium) a microfanerofíticos (<strong>de</strong> 6 a 12m<br />

<strong>de</strong> altura: Campomanesia e Eugenia e <strong>de</strong> 13 a 20m <strong>de</strong> altura: Myrciaria) evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong>,<br />

portanto, sua presença nos três estratos <strong>do</strong> conjunto vegetacional da paleoflora Entre-<br />

Córregos.<br />

1 Mestra<strong>do</strong> em Análise Geoambiental, Centro <strong>de</strong> Pós-graduação e Pesquisa, Universida<strong>de</strong> Guarulhos (UnG),<br />

Praça Tereza Cristina, 1 - Centro - 07023-070, Guarulhos, SP, Brasil.<br />

2 Bolsista <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> FAPESP.<br />

3 Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Geoquímica e Geotectônica, Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (USP), Rua <strong>do</strong> Lago, 562 - Butantã - 05508-900, São Paulo, SP, Brasil.<br />

4 Bolsista <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong> em Pesquisa <strong>do</strong> CNPq.<br />

E-mails: crislaw@terra.com.br, maryeliz@usp.br, mgarcia@ung.br<br />

Paleobotânica

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