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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 34<br />

Análise diagenética <strong>do</strong>s radiolários no intervalo Cretáceo Superior<br />

(Maastrichtiano)-Paleoceno nas Bacias <strong>do</strong> Espírito Santo e Pelotas,<br />

margem continental leste brasileira<br />

Thays <strong>de</strong> Souza Lima Fidalgo 1 , Valesca Portilla Eilert 1 & Marta Cláudia Viviers 2<br />

Radiolários são encontra<strong>do</strong>s como fósseis em diversos tipos <strong>de</strong> rochas sedimentares em<br />

função da preservação <strong>do</strong>s esqueletos forma<strong>do</strong>s por sílica amorfa hidratada-opala<br />

(SiO2.nH2O). Estas rochas po<strong>de</strong>m ser tanto silicosas (radiolaritos, cherts, folhelhos) quanto<br />

carbonáticas (calcários e margas). Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> radiolários são importantes especialmente<br />

em <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> águas marinhas profundas e ultraprofundas, pois seus esqueletos <strong>de</strong><br />

opala não são afeta<strong>do</strong>s pela batimetria e, portanto, po<strong>de</strong>m ocorrer além da profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> compensação <strong>do</strong> carbonato <strong>de</strong> cálcio (CCD). Esta característica possibilita a sua<br />

preservação em áreas on<strong>de</strong> os microfósseis calcários são raros ou não se preservam. Os<br />

processos diagenéticos que comumente atuam nos sedimentos marinhos e alteram os<br />

esqueletos <strong>do</strong>s radiolários referem-se à: (1) dissolução (parcial ou total), (2) substituição<br />

química e (3) recristalização. A evolução diagenética <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pósitos silicosos é <strong>de</strong>terminada<br />

pelas alterações na composição mineralógica que ocorrem a partir <strong>do</strong> aumento da pressão<br />

e temperatura, bem como através da percolação <strong>de</strong> flui<strong>do</strong>s intersticiais. A presente<br />

pesquisa objetivou analisar os diferentes graus <strong>de</strong> preservação e reconhecer os tipos <strong>de</strong><br />

alterações diagenéticas <strong>do</strong>s esqueletos <strong>do</strong>s radiolários encontra<strong>do</strong>s no intervalo <strong>do</strong><br />

Cretáceo Superior (Maastrichtiano) ao Paleoceno em <strong>do</strong>is poços perfura<strong>do</strong>s nas bacias <strong>do</strong><br />

Espírito Santo e Pelotas. As microanálises <strong>do</strong>s elementos químicos foram realizadas<br />

através <strong>de</strong> um Detector <strong>de</strong> Energia Dispersiva <strong>de</strong> Raios-X (EDS), sen<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>nciadas<br />

alterações diagenéticas em to<strong>do</strong>s os esqueletos <strong>do</strong>s exemplares analisa<strong>do</strong>s. Nesses<br />

indivíduos o elemento presente em maior concentração é o silício. Alguns esqueletos<br />

apresentaram indícios <strong>de</strong> substituição, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao registro <strong>do</strong>s elementos Al, Ca, C, Fe, Mg,<br />

Na, Mn, K, Cl, S, Ti, embora em valores baixos. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Mg, Ca, Na, Al e K nas<br />

análises efetuadas, po<strong>de</strong> ser explicada através da presença, como elementos traço, na<br />

composição original das pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s esqueletos <strong>do</strong>s radiolários, ou pela contaminação por<br />

argilo-minerais, que po<strong>de</strong>riam estar a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong>s à pare<strong>de</strong> <strong>do</strong>s radiolários que não foram<br />

elimina<strong>do</strong>s durante a preparação das amostras. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma alta concentração<br />

<strong>de</strong> FeS2 em um <strong>do</strong>s exemplares analisa<strong>do</strong>s, indican<strong>do</strong> uma possível substituição, foi<br />

comprovada pela ocorrência <strong>de</strong> pirita framboidal. Outro processo diagenético i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong><br />

foi o <strong>de</strong> recristalização, que ocorreu na maior parte <strong>do</strong>s exemplares analisa<strong>do</strong>s. Foi<br />

evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> pelas altas taxas <strong>de</strong> silício registradas nos espectrogramas e confirma<strong>do</strong> pelas<br />

altas porcentagens peso <strong>de</strong> SiO2. As microanálises químicas realizadas no EDS permitiram<br />

i<strong>de</strong>ntificar a composição química possibilitan<strong>do</strong> reconhecer as alterações <strong>do</strong>s esqueletos<br />

originais. No entanto, esses da<strong>do</strong>s não são suficientes para que se possam enten<strong>de</strong>r todas<br />

as etapas <strong>do</strong> processo diagenético <strong>de</strong> recristalização. Diante <strong>do</strong> interesse <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong><br />

para trabalhos, sobre os processos diagenéticos que atuam em rochas ricas em<br />

radiolários, sugere-se a realização <strong>de</strong> análises em difratometria <strong>de</strong> raios-X. Este estu<strong>do</strong><br />

permitirá i<strong>de</strong>ntificar todas as etapas <strong>de</strong> transformação diagenética a partir da fase instável<br />

da sílica biogênica (opala A) seguin<strong>do</strong> os próximos estágios (opala A`, opala CT) até a<br />

fase estável <strong>de</strong> quartzo. Nos estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s processos diagenéticos que afetaram nas rochas<br />

reservatório é sumamente importante o reconhecimento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os fatores que atuaram<br />

1 Departamento <strong>de</strong> Geologia, Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ), Avenida<br />

Athos da Silveira Ramos, 274, Cida<strong>de</strong> Universitária - Ilha <strong>do</strong> Fundão - 21941-916, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

2 Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento Leopol<strong>do</strong> Américo Miguez <strong>de</strong> Melo (CENPES/Petrobras), Avenida<br />

Horácio Mace<strong>do</strong>, 950, Cida<strong>de</strong> Universitária - Ilha <strong>do</strong> Fundão - 21941-915, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

E-mails: thaysfidalgo@yahoo.com.br, vmpeilert@yahoo.com.br, mcviviers@petrobras.com.br<br />

Micropaleontologia

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