Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
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Paleontologia 41<br />
Bioestratigrafia <strong>do</strong> furo geológico GL-77, Bacia <strong>de</strong> Campos (RJ),<br />
com base em nanofósseis calcários<br />
Daniely Moreira Maciel 1 , Cleber Fernan<strong>de</strong>s Alves 2 & Claudia Maria Magalhães Ribeiro 3<br />
Nanofósseis calcários <strong>do</strong>s sedimentos pelíticos neógenos <strong>do</strong> furo geológico GL-77 foram<br />
nalisa<strong>do</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> caracterizar biozonas e posicioná-los<br />
cronoestratigraficamente. O furo <strong>de</strong> sondagem foi realiza<strong>do</strong> no talu<strong>de</strong> inferior na área<br />
norte da Bacia <strong>de</strong> Campos (RJ) e os sedimentos pertencem à Formação Ubatuba, <strong>do</strong><br />
Grupo Campos. Os nanofósseis calcários estuda<strong>do</strong>s mostraram-se abundantes, com boa<br />
diversida<strong>de</strong> e preservação, possibilitan<strong>do</strong> reconhecer 37 táxons representantes <strong>de</strong> algas<br />
unicelulares pre<strong>do</strong>minantemente planctônicas (cocolitoforí<strong>de</strong>os), dinoflagela<strong>do</strong>s calcários<br />
(gênero Thoracosphaera spp.), espículas <strong>de</strong> ascídias (Micrascidites spp. e Monniotia spp.)<br />
e carapaças <strong>de</strong> foraminíferos jovens. Entre os principais nanofósseis calcários encontra<strong>do</strong>s<br />
estão Florisphaera profunda var. profunda, Calcidiscus leptoporus, Ceratolithus cristatus,<br />
Coccolithus pelagicus, Helicosphaera carteri, Helicosphaera hyalina, Braaru<strong>do</strong>sphaera<br />
bigelowii, Pontosphaera japonica, Pontosphaera in<strong>do</strong>oceanica e Rhab<strong>do</strong>sphaera clavigera.<br />
Dentre os espécimes presentes também foram i<strong>de</strong>ntificadas as espécies-guias Emiliania<br />
huxleyi, Gephyrocapsa oceanica e Ceratolithus cristatus, cujos níveis <strong>de</strong> extinção e<br />
surgimento foram usa<strong>do</strong>s para marcar os limites <strong>de</strong> zonas, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aquelas<br />
<strong>de</strong>finidas nos arcabouços bioestratigráficos internacionais e brasileiro. Estão presentes<br />
também as espécies acessórias Helicosphaera carteri e Helicosphaera carteri var. wallichii,<br />
as quais auxiliaram na inferência das biozonas. Em relação ao arcabouço bioestratigráfico<br />
brasileiro foram caracteriza<strong>do</strong>s os intervalos E?, F e G, posicionan<strong>do</strong><br />
cronoestratigraficamente os <strong>de</strong>pósitos <strong>do</strong> furo GL-77 no Pleistoceno superior-Holoceno.<br />
Com base na distribuição <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> abundâncias das espécies <strong>de</strong> nanofósseis<br />
calcários ao longo seção em estu<strong>do</strong>, verificou-se que o Intervalo F po<strong>de</strong> ser dividi<strong>do</strong> em<br />
duas partes: a inferior é marcada pela alta frequência (15,2-51,7%; valor médio 30,7%)<br />
<strong>de</strong> Gephyrocapsa oceanica pequena, enquanto que a parte superior, pela baixa frequência<br />
(15,2-51,7%; valor médio 15,2%) <strong>de</strong>sse morfogrupo. A análise <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> distribuição<br />
da abundância das espécies Gephyrocapsa oceanica e Emiliania huxleyi ao longo da seção<br />
mostrou um intervalo com valores muito próximos. Este intervalo abrange a porção<br />
superior <strong>do</strong> Intervalo F e porção inferior <strong>do</strong> Intervalo G, aqui <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> Intervalo <strong>de</strong><br />
Transição F/G. As biozonas obtidas com base em nanofósseis calcários foram<br />
correlacionadas com as zonas <strong>de</strong> foraminíferos planctônicos (Zona W, X e Y e suas<br />
subzonas), caracterizadas para o mesmo furo geológico.<br />
1<br />
Departamento <strong>de</strong> Geociências, Instituto <strong>de</strong> Agronomia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRRJ),<br />
BR 465, km 47, 23890-000, Seropédica, RJ, Brasil.<br />
2<br />
Fundação Gorceix/Petrobras-CENPES/Bioestratigrafia e Paleoecologia, Quadra 7, Cida<strong>de</strong> Universitária - Ilha <strong>do</strong><br />
Fundão - 21941-598, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />
3<br />
Departamento <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro UFRRJ.<br />
E-mails: danielygeo@yahoo.com.br, alvescf@yahoo.com.br, claudiammr@yahoo.com.br<br />
Micropaleontologia