Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
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Paleontologia 266<br />
A paleoictiofauna marinha das bacias marginais brasileiras<br />
Laboratório <strong>de</strong> Sistemática e Biogeografia, Departamento <strong>de</strong> Zoologia, Instituto Roberto Alcantara Gomes,<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (UERJ), Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã – 20550-900, Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />
E-mail: gallo@uerj.com.br<br />
Valéria Gallo<br />
As bacias da margem leste brasileira têm sua origem relacionada ao rompimento <strong>do</strong><br />
Gondwana a partir <strong>do</strong> Neojurássico, que culminou com a formação da crosta oceânica <strong>do</strong><br />
Atlântico Sul no Eocretáceo. A hipótese tradicionalmente aceita para a formação da<br />
margem leste consi<strong>de</strong>ra que a abertura <strong>de</strong>ste oceano propagou-se <strong>de</strong> sul para norte,<br />
sen<strong>do</strong> a Bacia <strong>de</strong> Pelotas, neste contexto, a primeira a ser formada. Hipóteses mais<br />
recentes propõem que a distensão crustal <strong>do</strong> Gondwana e a formação <strong>do</strong> proto-Atlântico<br />
Sul ocorreram inicialmente na região on<strong>de</strong> se encontram as bacias <strong>de</strong> Sergipe-Alagoas,<br />
Camamu, Almada e Cumuruxatiba, posteriormente abrin<strong>do</strong>-se para norte (Bacia <strong>de</strong><br />
Pernambuco) e para sul (bacias <strong>do</strong> Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas). Durante<br />
este processo, formou-se um golfo estreito e alonga<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> ocorreu periódico influxo <strong>de</strong><br />
águas marinhas. A paleoictiofauna presente nestas bacias costeiras é abundante e<br />
diversificada, incluin<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 22 gêneros <strong>de</strong> Chondrichthyes e 25 <strong>de</strong> Osteichthyes,<br />
refletin<strong>do</strong> uma ligeira pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong>ste último grupo. A distribuição temporal <strong>de</strong>stas<br />
ocorrências esten<strong>de</strong>-se principalmente <strong>do</strong> Berriasiano ao Maastrichtiano, com esparsos<br />
registros no Paleoceno, Mioceno e Plioceno. Na Bacia <strong>de</strong> Pelotas, a Formação Atlântida é a<br />
unida<strong>de</strong> que preservou a paleoictiofauna conhecida da bacia, representada por escassos<br />
Chondrichthyes (?Lamniformes) e diversos Osteichthyes, incluin<strong>do</strong> †Pycno<strong>do</strong>ntidae<br />
(Nursallia cf. flabellatum), Clupeomorpha e Euteleostei in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, †Dercetidae<br />
(Brazilo<strong>de</strong>rcetis longirostris), †Encho<strong>do</strong>ntidae (Rharbichthys cf. ferox e Enchodus sp.) e<br />
Holocentridae (Pelotius hesselae). A Bacia <strong>de</strong> Santos possui um escasso registro, incluin<strong>do</strong><br />
os Chondrichthyes Triakidae, Carcharhinidae, Ginglymostomatidae (?Ginglymostoma sp.),<br />
?Lamnidae e Scyliorhinidae; e os Osteichthyes Myctophiidae (Diaphus aff. splendidus,<br />
Diaphus cf. garmani, Diaphus spp., Ceratoscopelus aff. warmingii), Sternoptychidae<br />
(Valenciennellus tripunctulatus) e <strong>de</strong>ntes in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Teleostei. O registro<br />
paleoictiológico da Bacia <strong>de</strong> Campos é ainda menor <strong>do</strong> que na Bacia <strong>de</strong> Santos, sen<strong>do</strong><br />
referida a ocorrência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tubarão Hexanchoi<strong>de</strong>i semelhante a Eonotidanus, na<br />
Formação Macaé. Na Bacia <strong>de</strong> Sergipe-Alagoas, a Formação Morro <strong>do</strong> Chaves é a que<br />
possui a mais abundante e diversificada paleoictiofauna, incluin<strong>do</strong> peixes ósseos<br />
actinopterígios e sarcopterígios. Os primeiros incluem †Semionotidae (Lepi<strong>do</strong>tes<br />
alagoensis, Lepi<strong>do</strong>tes sp.), Clupeomorpha sensu lato e †Paraclupeidae, Elopomorpha,<br />
Gonorynchiformes (Dastilbe sp.), †Cimolichthyoi<strong>de</strong>i incertae sedis (Atolvorator<br />
longipectoralis) e †Encho<strong>do</strong>ntidae (Enchodus sp.). Os sarcopterígios estão representa<strong>do</strong>s<br />
pelos †Mawsoniidae (Mawsonia sp.). Esta unida<strong>de</strong> estratigráfica vem sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rada<br />
<strong>de</strong> ambiente lacustre, mas a presença <strong>de</strong> †Encho<strong>do</strong>ntidae sugere certa influência marinha.<br />
Na Bacia da Paraíba, a paleoictiofauna encontra-se melhor representada na Formação<br />
Itamaracá, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os Chondrichthyes †Ptycho<strong>do</strong>ntidae (Ptychodus), Hexanchidae<br />
(Hexanchus micro<strong>do</strong>n), †Cretoxyrhinidae (Cretolamna appendiculatta, C. biauriculata),<br />
Ginglymostomatidae (Ginglymostoma lehneri), O<strong>do</strong>ntaspididae (O<strong>do</strong>ntaspis tingitana),<br />
†Anacoracidae (Squalicorax pristo<strong>do</strong>ntus, S. kaupi), Mitsukurinidae (Scapanorhynchus<br />
rapax) e †Rhombo<strong>do</strong>ntidae (Rhombodus binkhorsti); e os Osteichthyes †Pycno<strong>do</strong>ntidae<br />
(Phacodus sp., Gyrodus sp. e formas ainda in<strong>de</strong>terminadas), †Sauro<strong>do</strong>ntidae<br />
(Saurocephalus lanciformis) e †Encho<strong>do</strong>ntidae (Enchodus libycus, E. oliveirai, E.<br />
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