Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Paleontologia 53<br />
1 Laboratório <strong>de</strong> Paleoceanografia <strong>do</strong> Atlântico Sul, Instituto Oceanográfico, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />
Praça <strong>do</strong> Oceanográfico, 191 - Cida<strong>de</strong> Universitária - 05508-120, São Paulo, SP, Brasil.<br />
E-mail: ftole<strong>do</strong>@usp.br<br />
Abordagem estatística multivariada no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
nanofósseis calcários nos últimos 25.000 anos<br />
Juliana P. <strong>de</strong> Quadros¹ & Felipe A. L. Tole<strong>do</strong> 1<br />
Este estu<strong>do</strong> visa contribuir para a melhor compreensão da história paleoceanográfica da<br />
porção noroeste <strong>do</strong> Oceano Atlântico Sul e sua relação com paleoclimas da região<br />
nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil nos últimos 25.000 anos, comparan<strong>do</strong> o Último Máximo Glacial (UMG) e<br />
o Holoceno. As amostras utilizadas provêm <strong>de</strong> <strong>do</strong>is testemunhos a pistão (KF-A e KF-B),<br />
coleta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> talu<strong>de</strong> da margem continental brasileira, entre 7° e 15°S. O KF-A<br />
(14°24‟50.8”S / 38°49‟18.4”W, a 965 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>), na Bacia <strong>de</strong> Camamu,<br />
apresentan<strong>do</strong> 456 cm recupera<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>s quais 144 cm foram utiliza<strong>do</strong>s para este estu<strong>do</strong>. O<br />
KF-B (07°29‟37.0”S / 34°20‟27.1”W, a 1.261 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>), na Bacia <strong>de</strong><br />
Pernambuco-Paraíba, teve 398 cm recupera<strong>do</strong>s e apenas os primeiros 20 cm aqui<br />
utiliza<strong>do</strong>s. As lâminas, preparadas segun<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia convencional, foram observadas<br />
em microscópio óptico (M.O.) Olympus mo<strong>de</strong>lo BX41, sob aumento <strong>de</strong> até 1.000x, no<br />
LaPAS/IO-USP. Para a análise quantitativa <strong>do</strong>s nanofósseis calcários, utilizou-se a<br />
contagem por espécimes, on<strong>de</strong> os primeiros 300 cocolitos visualiza<strong>do</strong>s ao M.O. foram<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e suas quantida<strong>de</strong>s específicas foram registradas. O número <strong>de</strong> campos<br />
visuais ao M.O. foi ilimita<strong>do</strong> e aleatório. As análises estatísticas foram processadas no<br />
programa computacional Statistica versão 7.0/Statsoft 2005 para Win<strong>do</strong>ws, licencia<strong>do</strong> para<br />
o Instituto Oceanográfico (USP). As técnicas <strong>de</strong> análise multivariada utilizadas na<br />
interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> nanofósseis calcários foram a análise <strong>de</strong> agrupamentos<br />
(mo<strong>do</strong>-Q e mo<strong>do</strong>-R) e a análise fatorial (mo<strong>do</strong>-Q). A análise <strong>de</strong> agrupamentos i<strong>de</strong>ntificou<br />
amostras <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> tempo relevantes para o estu<strong>do</strong>, assim como relacionou<br />
espécies <strong>de</strong> comportamento similar ao longo <strong>de</strong>stes intervalos. Os resulta<strong>do</strong>s da análise<br />
fatorial corroboraram as interpretações prévias e mostraram que a distribuição das<br />
associações da nanoflora calcária encontradas no registro geológico reflete,<br />
essencialmente, os movimentos relativos da profundida<strong>de</strong> da termoclina/nutriclina <strong>do</strong><br />
Oceano Atlântico Tropical. Esta variação <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>termina, secundariamente,<br />
condições mais ou menos férteis na camada <strong>de</strong> mistura <strong>do</strong> oceano, que beneficiam a<br />
produtivida<strong>de</strong> das águas superficiais. As técnicas <strong>de</strong> estatística multivariada aplicadas ao<br />
estu<strong>do</strong> foram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia na confirmação da interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />
paleoceanográficos e recomenda-se que sejam utilizadas em estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta natureza.<br />
Micropaleontologia