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Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

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Paleontologia 123<br />

Tafofácies <strong>do</strong> Membro Passagem (Formação Cabeças),<br />

Devoniano da Bacia <strong>do</strong> Parnaíba, Piauí<br />

Luiza Corral Martins <strong>de</strong> Oliveira Ponciano 1,2,3,4 , Vera Maria Medina da Fonseca 1,3<br />

& Deusana Maria da Costa Macha<strong>do</strong> 4<br />

Os atributos tafonômicos das concentrações <strong>de</strong> macroinvertebra<strong>do</strong>s e fragmentos vegetais<br />

da Formação Cabeças (Givetiano - Neofameniano), <strong>do</strong>minadas por braquiópo<strong>de</strong>s, são<br />

<strong>de</strong>scritos pela primeira vez no presente estu<strong>do</strong>. Estas estão restritas à sua porção basal, o<br />

Membro Passagem (Givetiano), on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>minam clinoformas sigmoidais (arenitos com<br />

estratificação cruzada assintótica) intercala<strong>do</strong>s a lobos tabulares <strong>de</strong> arenitos com<br />

estratificação cruzada hummocky, na borda leste da Bacia <strong>do</strong> Parnaíba. Foram coleta<strong>do</strong>s e<br />

prepara<strong>do</strong>s mecanicamente cerca <strong>de</strong> 900 kg <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> rocha <strong>do</strong>s afloramentos Oiti<br />

(município <strong>de</strong> Pimenteiras) e km 305 (município <strong>de</strong> Picos), atualmente <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s nas<br />

coleções <strong>do</strong> Laboratório <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s Paleozóicas/UNIRIO e <strong>do</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> Geologia e Paleontologia <strong>do</strong> Museu Nacional/UFRJ. Os supracita<strong>do</strong>s<br />

blocos tiveram suas orientações <strong>de</strong> topo, base e azimutais registradas antes da retirada <strong>do</strong><br />

afloramento, assim como o seu posicionamento no perfil estratigráfico. Em laboratório,<br />

após o fraturamento horizontal e vertical <strong>do</strong>s blocos, proce<strong>de</strong>u-se a análise das<br />

assinaturas tafonômicas, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s bioclastos em nível <strong>de</strong> espécie ou gênero e a<br />

mensuração e classificação <strong>do</strong>s mesmos em classes <strong>de</strong> tamanho e <strong>de</strong> paleoautoecologia.<br />

As assinaturas tafonômicas utilizadas no presente estu<strong>do</strong> foram os graus <strong>de</strong> articulação e<br />

fragmentação <strong>do</strong>s restos esqueletais, o posicionamento da concavida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s bioclastos, a<br />

proporção relativa entre as diferentes valvas, a presença <strong>de</strong> incrustação, o esta<strong>do</strong> das<br />

bordas <strong>do</strong>s bioclastos e a distribuição <strong>do</strong>s mesmos na matriz (orientação em planta e em<br />

seção). Após o preenchimento das tabelas <strong>de</strong> codificação das assinaturas tafonômicas<br />

foram calcula<strong>do</strong>s os percentuais <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> cada categoria das assinaturas para cada<br />

afloramento, tanto para os grupos taxonômicos separadamente como para o total da<br />

concentração fossilífera, além da inclusão ou exclusão <strong>do</strong>s fragmentos menores que 4<br />

mm. Três tafofácies foram i<strong>de</strong>ntificadas e caracterizadas, a partir <strong>de</strong> análises qualitativas e<br />

quantitativas das assinaturas tafonômicas apresentadas pelos macroinvertebra<strong>do</strong>s e<br />

fragmentos vegetais <strong>do</strong>s afloramentos “Oiti” e “km 305”. A gênese das concentrações<br />

fossilíferas das três tafofácies relaciona-se à <strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z<br />

(fluxos hiperpicnais), originadas em um sistema flúvio-<strong>de</strong>ltaico influencia<strong>do</strong> por inundações<br />

a<strong>de</strong>ntran<strong>do</strong> num paleoambiente marinho raso. As assinaturas tafonômicas da tafofácies 1<br />

caracterizam um paleoambiente mais proximal, interpreta<strong>do</strong> como a região da barra <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembocadura <strong>de</strong>ste sistema flúvio-<strong>de</strong>ltaico. Esta primeira tafofácies é resultante da<br />

<strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, com o pre<strong>do</strong>mínio da<br />

componente unidirecional <strong>do</strong> fluxo turbulento e <strong>do</strong> braquiópo<strong>de</strong> Pleurochonetes comstocki.<br />

A <strong>de</strong>posição da tafofácies 2, ocasionada pela <strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z <strong>de</strong><br />

baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, já teria ocorri<strong>do</strong> num contexto mais distal, caracterizan<strong>do</strong> os lobos<br />

arenosos tabulares <strong>de</strong> plataforma, ricos em braquiópo<strong>de</strong>s terebratulí<strong>de</strong>os. Finalmente, a<br />

1<br />

Departamento <strong>de</strong> Geologia, Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ), Avenida<br />

Athos da Silveira Ramos 274, Cida<strong>de</strong> Universitária - Ilha <strong>do</strong> Fundão - 21941-916, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

2<br />

Bolsista <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong> CNPq.<br />

3 0<br />

Departamento <strong>de</strong> Geologia e Paleontologia, Museu Nacional (MN/UFRJ), Quinta da Boa Vista s/n - São<br />

Cristóvão - 20940-040, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

4<br />

Laboratório <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s Paleozóicas, Departamento <strong>de</strong> Ciências Naturais, Instituto <strong>de</strong><br />

Biociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (UNIRIO), Avenida Pasteur, 458 - Urca - 22290-<br />

240, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.<br />

E-mail: luizaponciano@gmail.com, vmmedinafonseca@gmail.com, <strong>de</strong>usana@unirio.br<br />

Paleoinvertebra<strong>do</strong>s

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