18.06.2013 Views

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

Livro de Resumos - Dinossauros do Maranhão

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Paleontologia 37<br />

Evolução paleoclimática e paleoecológica da Bacia <strong>do</strong> Rio Maracujá,<br />

Ouro Preto (MG), com base na microflora<br />

Makênia Oliveira Soares Gomes 1,2 , Maria <strong>de</strong> Fátima Rodrigues Sarkis 3 & Maria Paula Delicio 1<br />

O presente estu<strong>do</strong> teve como objetivo a caracterização palinológica <strong>do</strong>s sedimentos<br />

aflorantes <strong>do</strong> Quaternário na região da bacia <strong>do</strong> Rio Maracujá, no distrito <strong>de</strong> Cachoeira <strong>do</strong><br />

Campo, município <strong>de</strong> Ouro Preto - Minas Gerais, com base na taxonomia e paleoecologia<br />

<strong>do</strong>s palinomorfos encerra<strong>do</strong>s em seus sedimentos. A área amostrada encontra-se no<br />

interior <strong>de</strong> uma conhecida província geológica brasileira, o Quadrilátero Ferrífero, entre os<br />

paralelos 20º14‟30” e 20º25‟30” S e os meridianos 43º37‟30” e 44º45‟00” W. Os<br />

sedimentos quaternários <strong>de</strong>sta bacia, data<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carbono 14 em um estu<strong>do</strong><br />

anterior, no qual se obteve ida<strong>de</strong>s que variam <strong>de</strong> 5.000 a 32.000 anos AP, indicam que<br />

esta área teve um longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição durante o Holoceno e o Pleistoceno<br />

Superior. Ao to<strong>do</strong> foram processadas 72 amostras, coletadas através <strong>de</strong> 12 canaletas <strong>de</strong><br />

alumínio acopladas verticalmente ao longo <strong>de</strong> aproximadamente 10 m <strong>de</strong> afloramento,<br />

caracteriza<strong>do</strong> por intercalações <strong>de</strong> areias finas a grossas, com intervalos argilosos ricos em<br />

matéria orgânica. Para este estu<strong>do</strong> utilizou-se o méto<strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> processamento para<br />

amostras palinológicas <strong>do</strong> Quaternário. Com base nos palinomorfos encontra<strong>do</strong>s ao longo<br />

da seção estudada foram <strong>de</strong>limitadas duas Ecozonas palinológicas, Ecozona I, indivisível, e<br />

Ecozona II, subdividida em quatro Subecozonas. Ao longo <strong>de</strong>ssas Ecozonas registrou-se<br />

57 táxons com representantes <strong>de</strong>: Chlorophyta (Zygnemataceae), Anthocerotophyta<br />

(Anthocerotaceae), Pteri<strong>do</strong>phyta (Cyatheaceae, Lycopodiaceae Dicksoniaceae,<br />

Gleicheniaceae, Polypodiaceae, Aspleniaceae, Schizaeceae, Pteridaceae), Trachaeophyta<br />

(Po<strong>do</strong>carpaceae) e Magnoliophyta (Moraceae/Urticaceae, Amaranthaceae,<br />

Chrysobalanaceae, Ericaceae, Myrsinaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae - Leguminosae,<br />

Fabaceae, Polygalaceae, Myrtaceae, Thymelaeaceae, Melastomataceae, Loranthaceae,<br />

Aquifoliaceae, Euphorbiaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Proteaceae, Winteraceae,<br />

Rubiaceae, Asteraceae, Cyperaceae, Poaceae, Chloranthaceae e Bignoniaceae). A Ecozona<br />

I, entre 950 a 600 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, representa a parte basal <strong>do</strong> perfil amostra<strong>do</strong>. Esta<br />

unida<strong>de</strong> está caracterizada pelo estabelecimento e <strong>do</strong>mínio da flora <strong>de</strong> Cyperaceae e<br />

Poaceae, ausência <strong>de</strong> elementos arbóreos e baixa diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporos <strong>de</strong> pteridófitos,<br />

em prováveis condições climáticas mais secas que a atual. Isto porque a ausência <strong>de</strong>stes<br />

elementos sugere que as áreas alagadiças eram <strong>de</strong> pequenas dimensões. A Ecozona II,<br />

localizada entre 600 e 150 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, representa o topo <strong>do</strong> perfil. Esta unida<strong>de</strong><br />

apresenta o <strong>de</strong>clínio da flora herbácea <strong>de</strong> Cyperaceae e Poaceae, observan<strong>do</strong>-se em<br />

alguns níveis uma redução <strong>de</strong>sses grupos em até 75%. O aumento <strong>do</strong>s elementos<br />

arbóreos e arbustivos e a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporos <strong>de</strong> pteridófitos sugerem condições<br />

climáticas mais úmidas para este intervalo. Estas ocorrências levam a supor o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma mata úmida ou vegetação <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong>, para a área estudada.<br />

1<br />

Departamento <strong>de</strong> Geologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto (UFOP), Campus Universitário - Morro <strong>do</strong><br />

Cruzeiro - 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil.<br />

2<br />

Bolsista <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> CAPES.<br />

3<br />

Laboratório <strong>de</strong> Palinologia e Paleoecologia, Departamento <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Alfenas (UNIFAL), Campus Avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> Poços <strong>de</strong> Caldas, Poços <strong>de</strong> Caldas, MG, Brasil.<br />

E-mails: makeniaoliveira@yahoo.com.br, sarkis@unifal-mg.edu.br, mpaula@<strong>de</strong>geo.ufop.br<br />

Micropaleontologia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!