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Sociologia Jurídica.pdf - Unijuí

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234<br />

E n i o W a l d i r d a S i l v a<br />

de renda. A economia solidária foi reconhecida, também, por fazer parte<br />

das estratégias de minimizalização da barbárie do desemprego estrutu-<br />

ral, atuando em lacunas que o Estado não preenchia. Desta maneira se<br />

constituíam as experiências coletivas de trabalho e produção, alicerçadas<br />

em concepções de racionalização diferentes da capitalista.<br />

A economia solidária possui esse aspecto de diferença, e essa é a<br />

sua grandeza e também um dos seus maiores problemas. Grandeza por<br />

agregar esperanças de muitos grupos excluídos e muitos apoiadores do<br />

pensamento alternativo. Problemas porque grande parte dos grupos nela<br />

inseridos efetivamente querem e precisam sobreviver, tendo ainda pouco<br />

envolvimento com as políticas de transformações sociais, dificultando<br />

sua associação a “nova ideologia” de “transformação” do capitalismo.<br />

Essa dimensão utópica e idealista foi vislumbrada na medida em que<br />

canalizou o discurso da esquerda desesperada com os rumos que tomou<br />

a democracia representativa burguesa. Talvez por essa razão a maioria<br />

dos envolvidos diretamente com a economia solidária a caracterizem<br />

como um mecanismo de sobrevivência e percebam até como um risco<br />

de se idealizar práticas que não são reais. Seria inviável, no entanto, fazer<br />

com que todas as pessoas agissem calcadas nos princípios da economia<br />

solidária pois, para além da opção de renda ou trabalho, sua configuração<br />

está vinculada à necessidade de sobrevivência de parcela da população.<br />

À medida que podem os trabalhadores fogem dela e entram para um<br />

emprego. Essa é outra fragilidade, especialmente para os trabalhadores<br />

com materiais recicláveis. 13<br />

13 O trabalho com materiais recicláveis vem adquirindo uma complexidade e uma importância<br />

social cada vez maior, não somente diante das novas estratégias de políticas<br />

públicas para o lixo, nas pesquisas sobre o equilíbrio ambiental, como também nos<br />

debates das novas esferas públicas sobre a configuração de novos direitos: direitos<br />

culturais, direito à cidade, direitos ambientais e a ampliação da cidadania e da responsabilidade<br />

civil. A questão do lixo é indissociável das atividades desenvolvidas pelo<br />

homem no seu processo de transformação da natureza em produtos para satisfazer suas<br />

necessidades. Essa questão do lixo perpassa a história da civilização e hoje é agente<br />

de primeira linha na territorialidade urbana onde figuram obras de Engenharia, aterros<br />

sanitários esculturas de incineração, depósitos de sucata, lixões e áreas de descartes

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