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Sociologia Jurídica.pdf - Unijuí

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Capítulo 2 – A Modernidade – A Judicialização das Relações Sociais<br />

cuja articulação se deve principalmente a Hobbes; pelo princípio<br />

do mercado, dominante sobretudo na obra de Locke; pelo princípio<br />

da comunidade, cuja formulação domina toda a filosofia política de<br />

Rousseau. Por sua vez, o pilar da emancipação é constituído por três<br />

lógicas de racionalidade: a racionalidade estético-expressiva da arte<br />

e da literatura; a racionalidade moral-prática da ética e do direito; e a<br />

racionalidade cognitivo-instrumental da ciência e da técnica.<br />

O programa da modernidade fundar-se-ia na estabilidade dos re-<br />

feridos pilares, assegurada pela correlação existente entre os princípios<br />

regulatórios e as lógicas emancipatórias. Sendo assim, a racionalidade<br />

ético-prática, que rege o Direito seria relacionada ao princípio do Esta-<br />

do, uma vez que o Estado moderno era concebido como o detentor do<br />

monopólio de produção e aplicação das normas jurídicas. A racionalidade<br />

cognitivo-instrumental, por seu turno, seria alinhada ao princípio do<br />

mercado, porquanto a ciência e a técnica afiguravam-se como as molas<br />

mestras da expansão do sistema capitalista.<br />

A dinâmica da <strong>Sociologia</strong> está ligada ao contexto seu surgimento:<br />

emergiu do interior do pensamento social da modernidade chamado de<br />

muitas formas: racionalismo, iluminismo, jusnaturalismo, evolucionis-<br />

mo, contratualismo, constitucionalismo, idealismo, etc., que partia do<br />

pressuposto de que o homem é o centro de todas as coisas; de que o<br />

homem é o principal ser natural capaz de pensar, falar, agir e usar seu<br />

corpo do modo que mais lhe convier. Assim, para esta compreensão,<br />

bastava criarmos forças capazes de ordenar estas potências naturais para<br />

criar outra potência artificial – positivar o existente que o submeteria (o<br />

social submeteria o natural). Ou seja, a principal potência que deveria<br />

ser bem preparada seria o pensamento, pois este coordenaria as outras,<br />

as palavras e a ação (diziam os racionalistas, iluministas e idealistas – as<br />

ideias iluminarão o mundo).<br />

Esta compreensão levou à recuperação de outra potência histórica<br />

necessária para ordenar o mundo: a quarta potência se tornou impres-<br />

cindível, a potência da escrita, ou seja, não basta saber pensar, saber<br />

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