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Sociologia Jurídica.pdf - Unijuí

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Capítulo 4 – Temas da <strong>Sociologia</strong> <strong>Jurídica</strong> Atual<br />

A “resposta” àquilo que é dito pelos meios de comunicação não<br />

acontece, a meu ver, por dois motivos: primeiro, a educação (vista como<br />

a oportunidade de desenvolver um pensamento próprio, crítico e in-<br />

dependente), que falta para grande parte da população brasileira que,<br />

diante do sensacionalismo e da apresentação de um ponto de vista como<br />

“verdade natural”, sente-se (e de fato é) incapaz de responder ou mesmo<br />

pensar algo que contrarie o que está sendo propagado pela grande mídia.<br />

Segundo, a própria democracia, que permite que todos que quiserem – e<br />

puderem, detalhe – podem ter seus meios de comunicação.<br />

No Brasil, a mídia tem lado – e o grande problema é que ela está<br />

contra o próprio Estado. A mídia brasileira, controlada por poucas famí-<br />

lias, não está interessada em defender a inclusão social, a intervenção<br />

do Estado em defesa da igualdade e da justiça, por meio de políticas<br />

públicas que se preocupem em melhorar a coletividade.<br />

Com relação à violência é mais fácil atribuir a culpa pelos crimes<br />

ao próprio indivíduo delituoso do que fazer uma leitura histórica da<br />

situação social. É isso que a mídia faz: busca a punição do sujeito (não a<br />

solução do problema). Valoriza tudo fora de seu contexto, fazendo surgir<br />

a técnica sem finalidade (ou com finalidade em si mesma), a especiali-<br />

zação exagerada e a visão cada vez mais individualizada das coisas, com<br />

perda da dimensão coletiva.<br />

A violência é apresentada em casos específicos não como um pro-<br />

blema social de todos, mas por intermédio de casos, nos quais sempre há<br />

alguém a ser cruelmente punido. Há, no entanto, um abismo entre justiça<br />

e vingança (tendo clareza de que o que se deve buscar é a primeira), e<br />

o que se tem constatado é que as pessoas respondem à agressividade<br />

venerada pela mídia com gritos de “quero mais”.<br />

Quanto mais sangue, bombas, tiros, sequestros e homicídios,<br />

melhor, mais interessante. Qualquer ação pública que busque compre-<br />

ender as situações e tratar de forma humanizada os delinquentes (sim!<br />

embora nos esqueçamos, os “bandidos” também são seres humanos!)<br />

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