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Sociologia Jurídica.pdf - Unijuí

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242<br />

E n i o W a l d i r d a S i l v a<br />

A decomposição da sociedade, definida como um organismo no<br />

qual cada elemento cumpre uma função, que elabora suas metas e os<br />

meios necessários para atingi-las, que socializa seus novos membros e<br />

pune os que não respeitam as normas, leva, em nosso tipo de sociedade,<br />

a um individualismo que se opõe à aplicação das regras da vida coletiva<br />

e as substitui pelas leis do mercado, em que se manifestam preferências<br />

múltiplas, inconstantes, mas influenciadas pela publicidade comercial<br />

tanto quanto pelas políticas públicas (Touraine, 1998a).<br />

Poderíamos falar com certeza em uma cultura de violência, dado o<br />

fato de que ela se espalha por todo o horizonte social e está muito presente<br />

nos mínimos espaços de relações simples e condutas cotidianas. Depois<br />

que a produção em massa, após o predomínio da fabricação industrial,<br />

penetrou os domínios do consumo e da comunicação, e depois que as<br />

fronteiras e as tradições foram invadidas pela distribuição dos mesmos<br />

bens e serviços no mundo inteiro, grandes áreas de nossas condutas, que<br />

imaginávamos protegidas por sua inscrição na esfera privada, encontram-<br />

se expostas à cultura de massa e, por isso mesmo, ameaçadas.<br />

É aqui que ocorre a ligação entre a ampliação e a transformação<br />

das coações exercidas pelos valores, normas e formas de organização e<br />

a unificação e a individualização da pessoa, que não apenas resiste às<br />

coações externas, mas sobretudo a todo princípio transcendente e se<br />

afirma como a meta de sua luta e ao mesmo tempo aquilo que lhe dá<br />

força. Não se assiste a um deslocamento dos campos de conflito, mas a<br />

sua integração até o momento em que é em nome do próprio eu, e não<br />

de lutas particulares, que os diversos movimentos sociais se combinam<br />

e se integram uns nos outros, até empenhar-se conscientemente numa<br />

luta central entre exigências sociais e culturais, de um lado, e, do outro,<br />

forças que podemos chamar de naturais, ou seja, não sociais, como a vio-<br />

lência, a guerra, os movimentos do mercado, etc. A sociedade chegou ao<br />

caos (Caosmos), em que se precipitam a violência, a guerra, o fascismo<br />

societal, a dominação dos mercados (Sousa Santos, 2004).

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