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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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mal que o acomete. Todavia, o uso da aguar<strong>de</strong>nte não surtiria o efeito <strong>de</strong>sejado,<br />

visto que na seqüência ele faz a seguinte observação: “Em poucos meses fiquei<br />

com o estômago e os intestinos queimados, uma inflamação gástrica que me<br />

custou dois anos para me curar” (BISSOLI, 1979, p. 48).<br />

Na perspectiva <strong>de</strong> Bissoli os el<strong>em</strong>entos utilizados agravaram sua<br />

situação, mais uma vez ele teria que abdicar das mais importantes ativida<strong>de</strong>s do<br />

seu período <strong>de</strong> estabelecimento para po<strong>de</strong>r se livrar das moléstias.<br />

Na passag<strong>em</strong> seguinte ele <strong>de</strong>screve os sintomas do probl<strong>em</strong>a que o<br />

afetava, o qual provavelmente estava associado à malária: “Nesta época comecei<br />

a sentir-me mal, com umas febres quentes, uma espécie <strong>de</strong> gripe, os órgãos<br />

digestivos atrapalhados e, sobretudo uma prisão <strong>de</strong> ventre”.<br />

Neste momento Bissoli se retira novamente <strong>de</strong> Jabaquara indo residir <strong>em</strong><br />

Alfredo Chaves, ocasião <strong>em</strong> que teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher dois lugares para<br />

residir, a casa <strong>de</strong> seu “patrão” Pianna ou a <strong>de</strong> seu conterrâneo Parmagnani.<br />

O Pianna, meu patrão, me ofereceu para ficar <strong>em</strong> sua casa, on<strong>de</strong> teria médico e<br />

r<strong>em</strong>édios, ao que eu preferi ir para a casa do velho Parmagnani, meu conhecido<br />

e conterrâneo, bom, porém pobre e s<strong>em</strong> recursos, mas eu s<strong>em</strong>pre gostei <strong>de</strong> viver<br />

com os pobres, <strong>em</strong>bora passasse pior e com mais gasto.<br />

Ele recusa um local que, <strong>em</strong> sua perspectiva, oferecia melhores<br />

condições, para se instalar entre pessoas <strong>de</strong> sua orig<strong>em</strong>. Para ele era melhor<br />

enfrentar uma enfermida<strong>de</strong> no aconchego do seu próprio grupo a se instalar num<br />

meio estranho, mesmo que dotado <strong>de</strong> um maior auxílio. Entretanto, passados dois<br />

meses, frente às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento o imigrante resolve retornar ao<br />

“Quinto Território”.<br />

A partir daí Bissoli passa a residir com seu cunhado e sua irmã, ocasião<br />

na qual dois médicos o examinam, mas, segundo ele, não consegu<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

o probl<strong>em</strong>a; e assim, por intermédio <strong>de</strong> seu cunhado ele conhece um<br />

“curan<strong>de</strong>iro” local que o examina. Note-se a interação do estrangeiro com a<br />

população local e suas crenças e ritos para cura. Acerca do curan<strong>de</strong>iro Orestes<br />

Bissoli comentou:<br />

Meu cunhado (...) mandou vir um curan<strong>de</strong>iro que garantiu minha cura. No<br />

entanto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotados todos os recursos <strong>de</strong> seu modo <strong>de</strong> curar, o<br />

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