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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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interação entre o hom<strong>em</strong> e o mundo natural, isto é, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que<br />

transformam o quadro ambiental, os homens são por ele influenciados, sendo o<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento vinculado às possibilida<strong>de</strong>s oferecidas pelas condições<br />

naturais existentes (WORSTER, 1991, p. 24). Frente a estes apontamentos,<br />

segue-se a perspectiva <strong>de</strong> Keith Thomas, segundo a qual:<br />

O predomínio do hom<strong>em</strong> sobre o mundo natural foi e é, afinal <strong>de</strong> contas, uma<br />

precondição básica da história humana. A forma como ele racionalizou e<br />

questionou tal predomínio constitui um t<strong>em</strong>a vasto e inquietante que nos<br />

últimos anos recebeu bastante atenção por parte dos filósofos, teólogos e<br />

críticos literários. O assunto t<strong>em</strong> igualmente muito a oferecer aos historiadores,<br />

pois é impossível <strong>de</strong>s<strong>em</strong>aranhar o que as pessoas pensavam no passado sobre as<br />

plantas e os animais daquilo que elas pensavam sobre si mesmas (THOMAS,<br />

1989, p. 19).<br />

Coaduna-se com a afirmação colocada por Thomas, já que o estudo<br />

<strong>de</strong>monstra o universo <strong>de</strong> representações criado pela propaganda da <strong>em</strong>igração <strong>em</strong><br />

relação ao meio natural brasileiro, investigando as idéias presentes na<br />

mentalida<strong>de</strong> dos trabalhadores estrangeiros antes do conhecimento concreto da<br />

realida<strong>de</strong> que os aguardava e, portanto, os el<strong>em</strong>entos que eles possuíam para<br />

exercer seu domínio sobre a natureza tropical e sobreviver <strong>em</strong> meio a condições<br />

estranhas. Da mesma forma se alguns tipos <strong>de</strong> doenças for<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>radas como<br />

conseqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas causas naturais exteriores ao controle humano, se<br />

<strong>de</strong>ve admitir que – como plantas e animais – elas são alvos do domínio e, ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, referência sobre as quais estão <strong>em</strong>basadas as representações sobre<br />

o mundo natural, tornando aberta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “<strong>de</strong>s<strong>em</strong>aranhar” o que os<br />

grupos sociais do passado, no caso os imigrantes, “pensavam” sobre elas. Fazer<br />

isso é, também, admitir que o contato entre o hom<strong>em</strong> e o mundo natural é<br />

portador <strong>de</strong> história, cabendo ao investigador a missão <strong>de</strong> explicar suas<br />

permanências e rupturas.<br />

Duas divisões são b<strong>em</strong> nítidas entre os principais estudos inerentes à<br />

vertente ambiental dos estudos históricos, principalmente, quanto aos objetivos<br />

<strong>de</strong> interpretação, existindo uma corrente <strong>de</strong>nominada ecocentrista e uma outra<br />

<strong>de</strong>signada antropocentrista (BRANSTROM, citado por SANTOS, 2004, p. 10).<br />

No primeiro caso as investigações são conduzidas tendo como foco<br />

primordial os impactos da presença humana sobre a natureza, esforçando-se <strong>em</strong><br />

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