Provavelmente o autor da obra almejava, neste momento, <strong>de</strong>monstrar uma potencial fonte <strong>de</strong> alimento, a banana, além <strong>de</strong> alertar para os cuidados que se <strong>de</strong>veria ter no contato com o Baiacu – peixe <strong>de</strong> carne venenosa, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da forma como é preparado po<strong>de</strong> levar seu consumidor a ter uma intoxicação seguida <strong>de</strong> óbito. Um terceiro el<strong>em</strong>ento por ele i<strong>de</strong>ntificado é o peixe “Morcego do mar”, cujo nome não se encontrou correspon<strong>de</strong>nte na literatura atual. Ao narrar o dia da chegada <strong>de</strong> seu grupo ao local <strong>de</strong>stinado para a instalação, Rodowicz-Oswiecimsky escreveu sobre o processo <strong>de</strong> propaganda. Embora seu texto não tenha o mesmo tom do escrito <strong>de</strong> Davatz, nota-se a sutileza da crítica procedida por seu autor, quando o mesmo revela o <strong>de</strong>scontentamento e a <strong>de</strong>cepção <strong>de</strong> parte dos imigrantes com o cenário encontrado no momento imediatamente posterior à chegada <strong>em</strong> terras tropicais, b<strong>em</strong> discordante do que lhes havia sido <strong>de</strong>monstrado nos folhetos. Agora, entravam <strong>em</strong> ação canoas menores, que transportavam passageiros sobre pedras e baixios, enquanto os mais impacientes tentavam alcançar o local, por um péssimo caminho, a pé mesmo. Uns estavam aborrecidos com as más condições <strong>de</strong>stas comunicações, outros, com a gran<strong>de</strong> diferença entre a realida<strong>de</strong> e as lindas gravuras publicadas pela „ILUSTRIERTE ZEITUNG’ na Europa (RODOWICZ-OSWIECIMSKY, 1992, p. 30). Ao prosseguir, o colono informa sobre a ansieda<strong>de</strong> dos colonos e da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> logo encontrar a tão sonhada “terra prometida”: Com olhares perscrutadores e ansiosos, procuravam aquele lindo trapiche que viram nas publicações e as casinhas bonitas com floridos jardins. Mas, até on<strong>de</strong> a vista alcançava só viam tocos <strong>de</strong> árvores com capoeiras. Só b<strong>em</strong> distante viam umas casinhas <strong>de</strong> sapé e um péssimo caminho a conduzir até lá (RODOWICZ- OSWIECIMSKY, 1992, p. 30). O autor abriria espaço <strong>em</strong> seu texto para ilustrações suas que registravam as supostas gravuras que mais <strong>de</strong> uma vez foram publicadas <strong>em</strong> Hamburgo e o que, <strong>em</strong> sua perspectiva era a realida<strong>de</strong> tropical encontrada pelos trabalhadores. Primeiro uma casa <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira l<strong>em</strong>brando o estilo europeu dotada <strong>de</strong> um jardim frontal (Figura 5); posteriormente a casa <strong>de</strong> um colono já instalado no Brasil, <strong>de</strong> menor porte, colocada num terreno com uma mata fechada ao fundo. A confrontação colocada pelo autor do relato <strong>de</strong>ixa evi<strong>de</strong>nciado, mais uma vez, o 45
apelo dos el<strong>em</strong>entos envolvidos com a imigração para a atração <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, i<strong>de</strong>alizando o suposto quadro <strong>de</strong> recebimento do estrangeiro (Figura 6). Fonte: Rodowicz-Oswiecimsky (1992, p. 27). Figura 5 – Representação do estilo <strong>de</strong> casas supostamente existentes na Colônia Dona Francisca e divulgada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hamburgo. 46
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