Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

a análise das enfermidades como um dos resultados dessa relação. Todavia,
objetivou-se não só o estudo das visões dos próprios trabalhadores, mas a
elucidação da atuação de outros atores como o Estado ou a de conterrâneos que
estavam de passagem pelo Brasil, no que tange às ações no sentido de auxiliar os
imigrantes a superar as dificuldades iniciais no estabelecimento. Importante,
também, foi verificar que o surgimento de um quadro de doenças, muitas delas
desconhecidas dos imigrantes ou pouco comuns na Europa, resultava na
interrupção e descontinuidade das tarefas diárias, o que, por um lado,
comprometia o estado geral de saúde da família e, por outro, gerava fortes
críticas à política imigratória.
Finalmente, é importante salientar que o problema abordado neste
trabalho ainda permanece em aberto em várias de suas dimensões. Por um lado,
as políticas públicas de assentamento e (re)assentamento de populações
continuam desconsiderando os fatores de adaptabilidade, que comprometem a
eficácia dos programas; por outro lado, a adaptabilidade exige respostas rápidas
como combate às doenças, por exemplo, e nessa esfera o Estado mantém sua
característica de morosidade e mesmo ausência, o que também acaba
contribuindo para um resultado final de fracasso ou abandono dos programas.
Assim, a contribuição da História para um programa de Extensão Rural é
alertar para a perpetuação de certas práticas intervencionistas por parte do
Estado, o que não significa dizer que o extensionista rural deva assumir uma
posição passiva e inoperante frente a elas.
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