Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

efletir sobre as condições que supostamente seriam oferecidas pelo proprietário
brasileiro e as reais condições encontradas e registra num primeiro momento:
Na realidade, o que eles encontraram de real em todas aquelas promessas? Ao
invés das propriedades cultivadas e preparadas para morar, foram-lhes entregues
pedaços de floresta virgem, das quais eles próprios tiveram de derrubar os
primeiros troncos e construir os casebres (TSCHUDI, 2004, p. 105).
O cenário descrito pelo viajante toma direção totalmente oposta à de
Caetano Silva; enfatiza-se a ausência de qualquer condição básica para a moradia
e para a instalação das lides agrícolas e segundo Tschudi, sozinhos o colono
deveria enfrentar as condições naturais, construindo inicialmente os “seus
casebres” ao contrário das “moradias confortáveis” prometidas inicialmente.
As críticas de Tschudi não se resumiram à propaganda divulgada por
Caetano Dias da Silva, mas tiveram como alvo todos aqueles que de alguma
forma, em sua perspectiva, falseavam a realidade das colônias brasileiras de
imigrantes ou dos territórios que poderiam ser destinadas à instalação das
mesmas com o intuito de atrair indivíduos para o processo de emigração, fossem
eles empreendedores particulares, caso de Caetano Silva, funcionários ou pessoas
temporariamente contratadas pelo governo imperial.
Tschudi numa passagem de seu texto reflete sobre as condições solo da
colônia de Santa Leopoldina: “Antes de se erguer uma nova colônia, deve-se
responder racionalmente à pergunta: as condições do solo atendem às
necessidades principais para assegurar o êxito de tal empreendimento?”
(TSCHUDI, 2004, p. 65).
O suíço dirigia suas críticas principalmente às condições do solo que,
segundo sua perspectiva, eram adversas, sendo um fator gerador de grande
descontentamento entre os primeiros estrangeiros abrigados no núcleo colonial.
O fotógrafo francês Victor Frond e o governo imperial também sofreriam
críticas na obra “Viagem à América do Sul”.
No ano de 1860 – mesmo ano da visita de Tschudi às colônias capixabas
– o fotógrafo francês, a pedido do ministro do interior João Almeida Pereira
Filho, registrou os estabelecimentos coloniais de Santa Isabel, Santa Leopoldina
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